O mercado mudou. O que fazer agora?

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por

Time Nomad

5 min.

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Publicado em

30/9/2024

Para os mais antenados no mercado financeiro, o dia 18 de setembro de 2024 foi, de certa maneira, histórico. O Comitê Federal de Mercado Aberto dos EUA (FOMC) iniciou um novo ciclo para taxa básica de juros com uma redução de  0,5 ponto percentual, o que a imprensa chamou de “corte jumbo”. Horas depois, o Comitê de Política Monetária do Banco Central brasileiro (Copom) caminhou no sentido oposto, com alta da taxa Selic em 0,25 ponto.

A decisão do FOMC foi baseada principalmente na visão de que a inflação parece estar se aproximando da meta de 2%, enquanto o mercado de trabalho vem arrefecendo, mas ainda está apertado. Na coletiva de imprensa, o presidente Jerome Powell repetiu mais de uma vez que a economia americana está “bem” (a palavra usada foi “fine”). No resumo das projeções econômicas, divulgados junto com o comunicado, foi revelado que as autoridades monetárias ainda esperam mais cortes de juros este ano com o intervalo chegando a 4,25% - 4,5% em dezembro. Já para 2025 está projetada redução de mais 1,0 ponto porcentual, com um ajuste final de 0,50 em 2026, levando a taxa para 2,75% - 3,00%.

No mercado, as consequências devem ser numerosas.

Já o Copom  ressaltou o contexto de incertezas no cenário internacional, particularmente com relação à mudança nos ciclos econômicos e a alterações de política monetárias em países relevantes. Ressaltou também a piora no balanço de riscos domésticos com pressões no mercado de trabalho, resistência na inflação de serviços e desancoragem das expectativas. É um movimento que deve contribuir para a credibilidade do colegiado, e mais altas podem estar por vir. 

No mercado, as consequências devem ser numerosas. Para quem investe no exterior, o primeiro impacto é na renda fixa de curtíssimo prazo, que passa a refletir a nova taxa de juros, entre 4,75% e 5% ao ano. Essa ainda é uma remuneração historicamente elevada, e esses títulos de curto prazo são considerados ideais para investir valores voltados à liquidez, reserva de emergência ou objetivos para um futuro próximo - como uma viagem para o exterior em menos de um ano, por exemplo. 

Como a expectativa é que os juros continuem em queda, para quem ainda não investe em outros títulos e ETFs de renda fixa, pode ser um momento interessante para aproveitar as taxas atuais e investir em prazos mais longos. Vale lembrar que, quando os juros da remuneração da renda fixa caem, o seu preço sobe, pelo efeito da chamada marcação a mercado.

Já na renda variável, a queda de juros tende a ser benéfica, de maneira geral, à medida que a renda fixa passa a remunerar menos, atraindo mais investidores para ativos de riscos. Além disso, em ambientes de juros mais baixos o consumo é estimulado e as dívidas das companhias ficam mais baratas, o que historicamente favorece teses como small caps, o setor imobiliário e consumo cíclico. Porém, ainda há muita incerteza no radar, e esperamos volatilidade à frente. As tensões no Oriente Médio se intensificaram e o próprio ritmo de corte do FOMC nos lembra que a possibilidade de um cenário de recessão nos Estados Unidos ainda não pode ser totalmente descartado. Além disso, as eleições adicionam incerteza no radar. Por isso, não vá com muita sede ao pote: é válido manter uma carteira equilibrada, com exposição também a teses mais consolidadas e conservadoras. Na dúvida, siga a estratégia que te deixa mais confortável.

Mundo em gráfico

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