por
Paula Zogbi
3 min.
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Publicado em
12/6/2024
Uma vez, nas redes sociais, vi o seguinte comentário em uma publicação sobre investimentos dolarizados: “querida, você é de Pindamonhangaba, não precisa disso”. Apesar do tom cômico, essa é realmente uma das ideias mais erroneamente difundidas sobre o tema - a de que brasileiros não precisam se expor ao exterior, porque isso supostamente não faria parte da nossa realidade.
Na verdade, todos nós estamos diretamente expostos ao dólar, e investimentos dolarizados podem ser uma maneira de buscar maior proteção ao nosso poder de compra. Isso porque existe uma relação direta entre os preços no Brasil e o valor da moeda americana. Com uma parte significativa dos produtos consumidos no país sendo importados ou influenciados por preços denominados em dólares, como é o caso de eletrônicos e commodities (inclusive o trigo do nosso pão), as variações cambiais têm um impacto direto no bolso do consumidor.
Acompanhar os dados de inflação de ambos os países é crucial
Com isso, a dolarização dos investimentos oferece uma forma de mitigar os riscos associados à inflação, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Acompanhar os dados de inflação de ambos os países é crucial, pois isso orienta as políticas monetárias e afeta diretamente o custo de capital, a rentabilidade dos ativos e a atividade econômica em geral.
No contexto de investimentos, os ETFs (Exchange-Traded Funds) surgem como uma alternativa acessível e diversificada para os investidores interessados em proteger seu poder de compra através de investimentos em dólar. Os ETFs de renda fixa, por exemplo, investem em títulos do governo americano, considerados os mais seguros do mundo pelas agências de classificação de risco (baixo risco de crédito), podem oferecer uma proteção contra a volatilidade do mercado e uma fonte de renda estável por meio de pagamentos de juros.
Para aqueles que buscam uma maior exposição ao mercado de ações, os ETFs que replicam os principais índices acionários dos EUA, como o S&P 500, Nasdaq e Dow Jones, permitem que os investidores participem do crescimento das empresas globais e, ao mesmo tempo, se beneficiem da valorização do dólar em relação ao real. Esse efeito também pode ser capturado investindo em ativos selecionados, como ações e REITs, sempre observando o seu perfil de investidor e equilibrando a alocação de acordo com ele.
Paula Zogbi
Gerente de Research e Head de conteúdo na Nomad, tem mais de 10 anos de experiência no mercado financeiro, foi head de conteúdo na XP, analista na Rico e jornalista na InfoMoney e EXAME. É graduada em jornalismo pela USP e tem certificação CNPI pela Apimec.
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