O que é CDB? Guia completo para investidores iniciantes

Por:
Paula Zogbi
19/11/2024
|
Atualizado em
19/11/2024
15 min de leitura

O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um dos ativos de renda fixa mais populares do mercado hoje em dia. Ele une segurança e rentabilidade superior à poupança, sendo ideal para quem está iniciando no universo dos investimentos.

Na prática, funciona como uma espécie de empréstimo para os bancos: você investe por um tempo e, ao final do prazo acordado, o banco devolve o investimento com os juros previamente estabelecidos.

Quer entender melhor o que é CDB, como investir, os prazos de vencimentos e quanto rende? Continue lendo este guia para saber tudo sobre esse investimento e se ele é, de fato, a melhor opção para aplicar seu dinheiro no momento.

O que é o CDB e como funciona?

O CDB, abreviação de Certificado de Depósito Bancário, é uma modalidade de investimento de renda fixa.

A dinâmica é a seguinte: os bancos emitem esse título com o objetivo de captar recursos para a instituição, a fim de financiarem suas atividades de crédito. Assim, a pessoa investidora “empresta” dinheiro à instituição financeira em troca de uma remuneração, que geralmente é maior do que a da poupança.

Funciona de forma semelhante ao Tesouro Direto, em que uma pessoa empresta dinheiro para o governo, apoiando o funcionamento da máquina pública. No caso do CDB, os emissores são os bancos, que vão desde os mais tradicionais até as instituições menores.

E mesmo investindo em um banco menor, o CDB continua sendo uma opção segura, já que conta com o seguro do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que protege o patrimônio do investidor.

O FGC é uma entidade privada que assegura o pagamento de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ caso a instituição financeira sofra alguma intervenção ou vá à falência. Assim, ao investir em qualquer CDB, seu patrimônio estará protegido.

Existem vários tipos de CDBs. Os principais são:

CDB Pós-fixado

O CDB Pós-fixado é uma maneira que os bancos utilizam para captar recursos para manter suas operações em troca de uma taxa fixa, e tem como vantagem estar vinculada a índices econômicos dinâmicos, como o CDI, que frequentemente supera a poupança e outras formas mais tradicionais de renda fixa em termos de rentabilidade. Assim, você consegue maior retorno sobre seu capital, sem sacrificar a segurança.

O potencial de rentabilidade é uma das maiores vantagens do CDB pós-fixado. Ao estar indexado a índices econômicos que podem apresentar excelente performance, você tem a oportunidade de ampliar significativamente seus retornos, principalmente em ambientes econômicos favoráveis.

Mas, por ser atrelado a um indexador, como o CDI, o rendimento pode variar, não sendo possível ter, portanto, certeza sobre qual será o seu retorno em reais.Sendo assim,  é possível dizer que os rendimentos podem ser baixos se o índice não performar bem.

E se o indexador do seu investimento não for corrigido pelo IPCA, há uma possibilidade de seu rendimento real ser corroído pela inflação, especialmente em cenários econômicos em que a inflação está em alta.

CDB Prefixado

Outro modelo de CDB é o prefixado, que oferece clareza desde o começo. Ao optar por esse título de renda fixa, você conhece de antemão o rendimento que será obtido no final do investimento.

Ao contrário do CDB pós-fixado, cuja rentabilidade está vinculada a indicadores como o CDI, o CDB prefixado tem sua taxa de retorno claramente estabelecida no momento em que você investe.

Imagine investir em um CDB prefixado que oferece uma taxa de 7% ao ano com um prazo de validade de dois anos. Com o poder dos juros compostos, ao final do período, você terá um retorno acumulado de 14,49% sobre o capital investido. O melhor de tudo? Esse retorno é garantido, independentemente de como o mercado se comporte.

Em um cenário com queda da taxa Selic, o CDB prefixado pode oferecer retornos superiores aos pós-fixados, especialmente no curto prazo e dependendo da sua taxa de juros. Mas, como qualquer investimento, o CDB prefixado está sujeito a riscos, principalmente o inflacionário, que pode corroer o valor real do seu investimento.

CDB Híbrido

A modalidade do CDB híbrido é composta por uma parte fixa e uma variável, que reflete a variação do indexador ao qual está atrelado. Por exemplo, a taxa de juros de um CDB híbrido pode ser de 5% + IPCA. Dessa forma, há um ganho real sobre o indicador (no caso, o IPCA).

Há um tipo de CDB que também valor destacar: o CDB com liquidez diária

O CDB com liquidez diária está ganhando cada vez mais terreno no mundo dos investimentos por uma razão simples: ele oferece ao investidor a liberdade de resgatar seus recursos a qualquer momento, sem a necessidade de esperar um prazo fixo para o vencimento do título.

Este tipo de CDB é geralmente identificado pelas siglas "D+0" ou "D+1", indicando que os recursos poderão estar em sua conta no mesmo dia útil ou no próximo dia útil após a solicitação de resgate.

O processo de investir em um CDB com liquidez diária é similar ao de outros títulos de renda fixa. Após escolher a melhor opção por meio de uma instituição financeira, você realiza a compra.

O valor mínimo do investimento pode variar, mas frequentemente começa em torno de R$ 100. Uma vez que a compra é efetuada e o pagamento confirmado, o título fica registrado em seu nome e começa a render com base na taxa de juros acordada, que pode ser prefixada ou pós-fixada (vinculada ao CDI, por exemplo, como já explicado anteriormente).

Apesar de sua rentabilidade ser geralmente menor em comparação com outros CDBs, o CDB com liquidez diária ainda é uma opção excelente para reserva de emergência e outros objetivos de curto prazo.

Seu retorno, afinal, ainda costuma ser superior ao da poupança. Como sempre, antes de investir, é crucial fazer um planejamento financeiro e considerar a melhor forma de utilizar essa liquidez diária a seu favor.

Quanto rende o CDB?

O rendimento de qualquer tipo de CDB está condicionado a:

  • prazo de vencimento – CDBs com prazos mais longos normalmente oferecem taxas de juros mais altas do que os de prazos mais curtos
  • taxa de juros oferecida – que costuma variar de acordo com o banco emissor e as condições do mercado financeiro
  • valor do investimento – em geral, quanto maior o valor investido, maior será o rendimento absoluto
  • tipos de CDB – como os prefixados (com taxas de juros fixas durante todo o período), os pós-fixados (com taxas de juros atreladas a indicadores como o CDI ou a Selic) e os híbridos (com parte da rentabilidade prefixada e parte pós-fixada).

Além desses fatores, os rendimentos do CDB estão sujeitos à tributação, com alíquotas que variam de acordo com o prazo do investimento. Em geral, quanto mais tempo você mantiver o CDB, menor será a alíquota de imposto.

Quanto rende R$ 100 por dia no CDB?

O rendimento de R$ 100 em um CDB depende, sobretudo, dos fatores citados no item acima. Para calcular o rendimento diário de um CDB prefixado, com uma taxa de juros definida, você pode usar a seguinte fórmula:

Rendimento Diário = Valor Investido × (1 + Taxa de Juros Anual) ^ (1/252) – Valor Investido

Sendo 252 a totalidade dos dias úteis que há em um ano.

Por exemplo, se você investir R$ 100 em um CDB prefixado, com uma taxa de juros anual de 5%, o cálculo do rendimento diário seria:

Rendimento Diário = R$ 100 × (1 + 0,05) ^ (1/252) – R$ 100 = R$ 0,019363

Isso significa que, com uma taxa de juros anual de 5%, seu investimento de R$ 100 renderia cerca de R$ 0,02 por dia.

Tabela de rendimento do CDB prefixado, a uma taxa de juros de 5% ao ano, por dia:

Investimento em ReaisRendimento por dia em Reais
R$ 100R$ 0,02
R$ 500R$ 0,10
R$ 1.000R$ 0,19
R$ 1.500R$ 0,29

É importante lembrar que os valores da tabela foram calculados de acordo com uma taxa de juros anual de 5%. Dependendo dos juros do CDB escolhido, você precisa recalcular seguindo a equação citada acima.

Quais são os custos para investir em CDB?

Uma das dúvidas mais comuns para quem está começando a investir no CDB é se o investimento envolve custos.

Diversos fundos de renda fixa cobram alguma taxa de administração, mas não é o caso dos CDBs. Algumas instituições financeiras podem cobrar corretagem ou taxa de custódia pela negociação dos papéis, mas há diversas opções que não cobram nada do investidor.

Por isso, é fundamental pesquisar muito bem os bancos e as corretoras para entender quais os custos envolvidos ao investir.

Um mesmo Certificado de Depósito Bancário (CDB) emitido pela mesma instituição financeira com prazo de vencimento idêntico, mas negociado em locais diferentes, pode apresentar rentabilidades diferentes, dependendo da plataforma de investimento que o oferece.

Afinal, corretoras e bancos são uma espécie de loja que comercializa produtos financeiros, onde cada uma estabelece sua própria margem de lucro sobre o valor original do CDB.

Em algumas corretoras, essa margem pode ser maior do que em outras, o que influencia na rentabilidade final recebida pelo investidor.

Além de tais possíveis custos mencionados acima, a rentabilidade do CDB é impactada pela incidência de até dois impostos: IOF e Imposto de Renda. O IOF segue a tabela regressiva abaixo, iniciando no dia da aplicação e alcançando a isenção no 30º dia.

Dias IOF (%) Dias IOF (%) Dias IOF (%) Dias IOF (%) Dias IOF (%)
1 96 7 76 13 56 19 36 25 16
2 93 8 73 14 53 20 33 26 13
3 90 9 70 15 50 21 30 27 10
4 86 10 66 16 46 22 26 28 6
5 83 11 63 17 43 23 23 29 3
6 80 12 60 18 40 24 20 30 0


É importante lembrar que o IOF incide somente sobre o rendimento do investimento, e não sobre o valor investido. Além disso, a cobrança de IOF é feita no momento do resgate do investimento, de forma proporcional ao período em que o investimento permaneceu ativo.

Já o Imposto de Renda também tem suas próprias regras, que vamos conferir a seguir.

Como declarar CDB no Imposto de Renda?

A tributação do IOF também segue uma tabela regressiva, com a menor alíquota a partir dos 2 anos de investimento.

Tempo de investimentoAlíquota IR (%)
Até 180 dias22,5%
De 181 a 360 dias20%
De 361 a 720 dias17,5%
A partir de 721 dias15%

O valor do imposto já é descontado diretamente da fonte, ou seja, antes mesmo de a rentabilidade ser recebida pelo investidor. É importante ressaltar que a tributação incide apenas sobre os rendimentos do CDB, e não sobre o valor investido.

Para declarar o investimento no Imposto de Renda anual:

  1. Acesse a aba “Bens e Dívidas” no programa IRPF ou no site da Receita Federal
  2. Selecione “Bens e Direitos” e escolha a opção 4, “Aplicações e Investimentos”
  3. Clique em “02 – Títulos públicos e privados sujeitos à tributação (Tesouro Direto, CDB, RDB e outros)”
  4. Insira as informações da instituição financeira, como CNPJ, nome e o valor referente ao ano da declaração
  5. Confirme as informações e salve

Esses dados, em especial os valores, são repassados anualmente pelas instituições financeiras por meio do Informe de Rendimentos.

Como investir em CDB?

Se você quer investir em um CDB, o processo é bastante simples e pode ser feito por meio de plataformas de investimentos, que estão disponíveis em bancos, investidoras ou de forma independente.

Caso não tenha uma conta aberta em uma instituição financeira, é preciso abrir uma, de preferência naquela que oferece as melhores condições de investimentos e que se adeque às suas necessidades.

Diversas instituições financeiras emitem CDBs, cada uma com suas próprias condições de remuneração, prazos e valores mínimos para realizar o investimento. Assim que abrir a conta na instituição escolhida, confira detalhadamente essas condições e se elas estão de acordo com seus objetivos ao investir.

Também é essencial verificar qual o montante mínimo de investimento, que pode variar de acordo com cada instituição financeira, mas costuma ser acessível para a maioria dos investidores. Outro aspecto a ser considerado na hora da escolha do CDB é a liquidez, ou seja, o prazo de vencimento do título ou o tempo que você consegue resgatar o seu dinheiro. Existem dois tipos de liquidez, no caso do CDB: diária e com carência.

  • Liquidez diária: permite que o investidor resgate o dinheiro a qualquer momento, sem nenhum tipo de penalidade;
  • Com carência: exige que o investimento seja mantido por um período mínimo, sem poder resgatar. O prazo pode variar de semanas a alguns anos, dependendo do CDB escolhido.

Passo a passo para investir em CDB

Nosso passo a passo abaixo foi elaborado considerando que você já tem uma conta em banco. Caso não tenha, abra uma, escolhendo uma instituição segura e que atenda às suas necessidades e expectativas, combinado?

1. Defina o motivo do investimento

Entender se você precisa do dinheiro investido em curto, médio ou longo prazo é essencial para escolher o melhor CDB. Caso contrário, se você optar por um CDB de longo prazo e precisar tirar o dinheiro antes da hora, pode acabar perdendo dinheiro.

2. Escolha o tipo de CDB

Existem diferentes tipos de CDBs, e você precisa escolher aquele que melhor se adapta aos seus objetivos.

Alguns fatores a considerar incluem a taxa de juros oferecida, o prazo de vencimento e a liquidez do investimento. Os CDBs podem ser prefixados (com taxa de juros definida no momento da compra), pós-fixados (com rendimento atrelado a indicadores como o CDI ou a taxa Selic) ou híbridos (com parte da rentabilidade prefixada e parte pós-fixada).

Além disso, verifique se o investimento mínimo inicial está de acordo com suas possibilidades.

3. Faça o investimento

Considerando que você escolheu o CDB e tem conta no banco, você pode fazer o investimento de várias maneiras: pessoalmente em uma agência bancária, por telefone ou por meio da plataforma de investimento online do banco.

4. Acompanhe seu investimento

Depois de investir em um CDB, acompanhe o desempenho do seu investimento ao longo do tempo. Verifique se está atingindo seus objetivos financeiros e se a taxa de juros está de acordo com o mercado.

5. Resgate ou renove o investimento

Quando o CDB atingir o prazo de vencimento, você poderá optar por resgatar o valor investido mais os juros ou renovar o investimento por um novo período, se o banco oferecer essa opção.

Vale a pena investir em CDB?

Como você conferiu, o CDB é um investimento de renda fixa emitido por bancos, permitindo que o investidor empreste dinheiro para a instituição financeira em troca de uma remuneração.

Pode ser uma ótima maneira de investir em algo seguro e rentável, principalmente se sua primeira opção de investimento for a poupança.

É importante avaliar a saúde financeira da instituição, considerar a tributação e escolher o tipo de CDB que melhor se adeque ao seu perfil de investimento e à sua carteira.

Agora que você já entendeu o que é CDB, acesse o site da Nomad e explore outras opções de investimento para fazer seu dinheiro render mais.

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