A renda fixa é a classe de investimentos mais presente na vida do brasileiro. A poupança e o CDB são exemplos mais populares, com valores acessíveis e baixo risco. Porém, não são os únicos. Existem diversas formas de diversificar investimentos de renda fixa e explorar novas oportunidades para construir seu portfólio de acordo com seus objetivos e perfil de investidor.
Ao contrário do que muitos imaginam, a renda fixa não é apenas para perfil conservador e moderado. Investidores arrojados também podem construir uma carteira diversificada e equilibrada com ativos de renda variável e fixa, protegendo parte do patrimônio contra inflação.
Neste artigo, você poderá entender como diversificar investimentos de renda no Brasil e no exterior, quais ativos estão disponíveis para investir, as características de cada um e a importância de ter diferentes produtos na sua carteira para construir um patrimônio sustentável a longo prazo. Confira!
Por que diversificar na renda fixa?
Quando se fala em diversificar investimentos, muitos associam à renda variável. Mas a diversificação na renda fixa é tão importante quanto. Já ouviu a frase “nunca deixe os ovos na mesma cesta”? Podemos fazer a mesma analogia para explicar a importância de diversificar investimentos de renda fixa.
Quando construímos um portfólio com diferentes ativos, tornamos nossa carteira menos volátil, ou seja, protegendo-a contra diferentes fatores de riscos que diminuem nosso poder de compra, como inflação e juros altos, instabilidade econômica doméstica ou global, dólar em alta frente ao real e outros mais.
Por exemplo, uma carteira de investimentos composta por ativos pós-fixados atrelados à Selic pode performar bem em uma época de alta da taxa, mas sofrer em períodos de corte. Diversificar com ativos pós-fixados, prefixados e híbridos é essencial para que sua carteira esteja preparada para qualquer cenário e equilibre retornos em diferentes condições de mercado.
Se o seu perfil como investidor é conservador e busca segurança, a diversificação protege seu patrimônio contra oscilações do mercado. Se você é mais arrojado e busca maiores retornos, a diversificação permite que você explore diferentes oportunidades sem se expor excessivamente ao risco.
Por isso a diversificação é uma estratégia recomendada e utilizada por especialistas do mercado financeiro. É muito mais do que uma simples precaução, mas, sim, uma forma de construir um patrimônio resiliente e com potencial de lucro maior.
Quais são os riscos da renda fixa?
Além de entender a importância de diversificar os investimentos de renda fixa, é preciso conhecer os potenciais riscos. Como toda aplicação, a renda fixa possui riscos e os investidores devem estar cientes deles antes de tomar qualquer decisão.
Embora a renda fixa seja frequentemente associada à segurança e previsibilidade, principalmente por ser menos volátil que a renda variável, seus títulos não estão isentos de alguns riscos. Um dos principais é o risco de crédito, ou seja, a possibilidade do emissor do título (empresa ou governo) não cumprir com suas obrigações e dar o famoso “calote” nos investidores.
O risco de crédito varia de acordo com cada emissor, indo de “AAA” (o mais alto) até o “D” (o mais baixo). A nota é atribuída por agências classificadoras de risco, que levam em consideração diversos fatores para atribuir a nota, como confiança no mercado e histórico de pagamentos.
Há também o risco de mercado, principalmente para títulos prefixados, como aqueles atrelados à taxa Selic, já que uma mudança da taxa pode gerar perdas para o investidor em caso de venda antecipada. Também há o risco de liquidez, que se refere à dificuldade de venda de um título antes do vencimento. Em alguns casos, o ativo pode ser vendido apenas no mercado secundário, podendo gerar perdas para o investidor. Porém, existem outros com liquidez diária, que podem ser resgatados a qualquer momento.
Todos esses riscos reforçam a importância de diversificar os investimentos de renda fixa. Com um mercado tão dinâmico como o nosso, saber equilibrar ativos é essencial para minimizar riscos e investir com segurança.
A diversidade da renda fixa: conheça os ativos
Não sabe onde investir e diversificar os investimentos de renda fixa? Abaixo você confere mais detalhes sobre os tipos de emissores e os ativos disponíveis para construir sua carteira.
Tipos de emissor (público e privado)
Os títulos públicos são títulos emitidos pelo Governo Federal, considerados de baixo risco devido à garantia do governo, que têm menor probabilidade de calote. Um exemplo comum de título público é o Tesouro Direto, que permite ao investidor emprestar dinheiro ao governo e receber em troca o valor investido mais os juros remunerados.
Já os títulos privados, como o nome sugere, são emitidos por empresas e instituições financeiras como bancos e corretoras. Geralmente oferecem taxas de juros mais altas do que os títulos públicos, mas também carregam um risco de crédito maior, pois dependem da saúde financeira do emissor.
Alguns exemplos de títulos privados são os CDBs (Certificados de Depósito Bancário), emitidos por bancos para captar recursos por meio de investidores, as LCIs e LCAs, também emitidos por bancos, mas para financiar o setor imobiliário e o agronegócio, e as debêntures, emitidas por empresas.
Tipos de rentabilidade (prefixado, pós-fixado e híbrido)
Como citado acima, dentro da renda fixa temos títulos pós-fixados, prefixados e híbridos, emitidos tanto pelo governo quanto por empresas privadas.
Os títulos pós-fixados possuem a rentabilidade atrelada a um indexador, como a taxa Selic ou o CDI, variando de acordo com as condições do mercado. Oferecem proteção contra a alta dos juros, mas podem ter retornos menores em períodos de queda.
Já os prefixados possuem a taxa de juros definida no momento da compra, permanecendo a mesma até o vencimento, proporcionando previsibilidade, mas também sensibilidade em relação às mudanças nas taxas de juros do mercado.
Por fim, os híbridos combinam uma taxa prefixada com um indexador de inflação, como o IPCA, garantindo retornos acima da inflação e protegendo o poder de compra do investidor ao longo do tempo. Por exemplo, uma LCA pode remunerar com IPCA + 5%, misturando dois indexadores.
Como diversificar investimentos de renda fixa? 5 dicas
Agora que você já conhece os tipos de emissores e rentabilidades disponíveis para investir em renda fixa, separamos 5 dicas importantes para diversificar seus investimentos e aproveitar o potencial de cada classe de ativo para a sua carteira.
1. Escolha diferentes emissores
Para começar a diversificação, evite concentrar seus investimentos em um único emissor, seja ele público ou privado. Distribua seus recursos entre títulos do Tesouro Direto, CDBs de diferentes bancos, debêntures de empresas sólidas e outros emissores confiáveis. Essa estratégia reduz o risco de crédito, garantindo que eventuais problemas com um emissor específico não comprometam toda a sua carteira.
Porém, ao analisar os investimentos escolhidos, lembre-se dos riscos especificados acima. Confira detalhes sobre o ativo, como nota de crédito do emissor, o perfil indicado, sua remuneração, vencimento e quaisquer outras informações relevantes para a sua carteira.
2. Combine indexadores
Outra estratégia para diversificar os investimentos de renda fixa é combinar prefixados, pós-fixados e híbridos em sua carteira. Títulos prefixados oferecem previsibilidade, pós-fixados acompanham as taxas de juros do mercado e os híbridos protegem contra a inflação.
Essa combinação garante que sua carteira esteja preparada para diferentes cenários econômicos, minimizando o impacto de mudanças na taxa de juros, inflação, alta da Bolsa e diversos outros.
3. Diversifique também prazos de vencimento
Ao escolher os ativos que irão compor sua carteira, você terá diferentes prazos de vencimento. Títulos de curto prazo oferecem maior liquidez, enquanto títulos de longo prazo podem proporcionar retornos mais elevados. Essa estratégia equilibra a necessidade de liquidez com a busca por rentabilidade, permitindo que você aproveite oportunidades em diferentes momentos do mercado.
Caso seu objetivo seja também construir uma reserva de emergência, verifique títulos com liquidez diária para ter acesso rápido ao dinheiro sempre que necessário.
4. Procure também fundos de investimentos
Outra opção para investir em renda fixa são os fundos de investimentos, que mesclam diversos ativos, oferecendo acesso a uma carteira diversificada de títulos, gerenciada por profissionais. Essa opção é interessante para investidores que buscam praticidade e não têm tempo ou conhecimento para selecionar individualmente cada título, mas possui um custo extra pela administração.
5. Explore o mercado internacional de renda fixa
Além dos títulos disponíveis no mercado brasileiro, é possível investir em renda fixa em outros mercados consolidados, como o norte-americano. Além de poder explorar oportunidades como títulos públicos emitidos pelo governo dos Estados Unidos e títulos privados de grandes empresas, você poderá ter mais estabilidade e segurança com o dólar.
Outro ponto positivo em investir no exterior, principalmente nos Estados Unidos, é a liquidez dos investimentos. Como o mercado é bastante movimentado e relevante, é possível vender ativos sem grandes perdas, mesmo os de renda fixa.
Por que diversificar investimentos de renda fixa no exterior?
Como mostrado acima, investir em renda fixa no mercado internacional traz boas oportunidades para a sua carteira. Ao investir em ativos dolarizados, você também se protege da desvalorização do real, garantindo que parte do seu patrimônio mantenha seu valor em moeda forte.
Além disso, a diversificação internacional permite o acesso a setores e empresas que podem não estar disponíveis no mercado brasileiro, ampliando as oportunidades de investimento e potencialmente aumentando os retornos da carteira.
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