Ao montar uma carteira equilibrada, todo investidor já deve ter se perguntado como calcular o quanto investir no exterior, considerando os seus objetivos, prazos do investimento, apetite ao risco, dentre outros fatores mais específicos.
Além de uma alocação global de ativos, é importante que o investidor também entenda que um portfólio diversificado também se aplica às classes de ativos. Por isso, calcular o quanto investir no exterior pode variar de acordo com cada perfil de investidor.
Nesse artigo, vamos mostrar o quanto de seu patrimônio vale ser alocado no exterior com base no seu perfil de risco. Confira, a seguir!
Investir no exterior é para todos os perfis
O primeiro passo para qualquer pessoa que quer investir é entender o seu perfil de investidor. Esse perfil - também chamado de suitability - tem como objetivo compreender quais produtos de investimentos são os mais adequados, com base nos seus objetivos, conhecimento sobre o mercado financeiro, prazo que o dinheiro vai ficar investido e tolerância a riscos.
Em geral, existem três perfis de investidores:
- Conservador: tem menor tolerância a riscos, portanto, tem maior parte do patrimônio em ativos de renda fixa.
- Moderado: tem um pouco mais de tolerância ao risco, buscando um pouco mais de rentabilidade, dividindo seu patrimônio em ativos de renda fixa e de renda variável.
- Arrojado (agressivo): busca uma maior rentabilidade no longo prazo, ainda que esteja sujeito a maior volatilidade no curto prazo. Por isso, tem maior apetite ao risco e tem uma exposição maior do patrimônio em renda variável.
Nesse ponto, vale ressaltar que o investimento no exterior serve para todos os investidores, uma vez que é possível encontrar na Bolsa americana uma grande variedade de ativos adequados a cada perfil.
No mercado americano, você pode comprar desde ETFs de renda fixa, para os investidores conservadores, até ações de grandes empresas americanas para aqueles mais arrojados.
Leia também: Conheça as vantagens de investir no exterior.
Como devo calcular o quanto investir no exterior?
Após definido o seu perfil, o próximo passo é entender que, para ter uma carteira diversificada, uma alocação no exterior considerada razoável por boa parte dos consultores de investimento varia entre 20% e 30% do seu patrimônio.
Esse percentual tem por base fatores como:
- tamanho da participação do PIB brasileiro na economia global;
- influência da variação cambial nos preços de produtos e serviços;
- e concentração setorial dos ativos locais, dentre outros.
Apenas a título de comparação, a média de alocação internacional dos investidores de outros países importantes, como Canadá (35%), Reino Unido (50%) e Japão (45%), é maior que 30%.
Vale destacar que essa alocação ideal pode aumentar, principalmente se você tiver gastos fixos ou constantes no exterior, como, por exemplo, a manutenção de um imóvel de férias nos EUA ou até mesmo dependentes estudando no exterior.
A Nomad realizou um estudo para definir qual a % ideal para um brasileiro ter investido no exterior baseado em sua renda mensal. Foram utilizados os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) dos anos de 2017-2018 realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Inicialmente foram avaliados os itens deste estudo que sofrem influência do dólar: alimentação, gás, mobiliários e artigos do lar, eletrodomésticos, vestuário, gasolina, álcool, manutenção e acessórios, aquisição de veículo, brinquedos e jogos, celular e acessórios. A lista completa se encontra abaixo:
Uma consideração consolidada pelos maiores grupos de despesas e as faixas de renda está representada na tabela abaixo. O item ‘Aumento do ativo’ está relacionado a aquisição e outros tipos de investimentos. O item ‘Diminuição de passivo’ é o empréstimo e prestação de imóvel.
Cruzando as informações das duas tabelas acima, é possível calcular a quantidade de itens da despesa familiar que está relacionada ao dólar. Esse resultado está mostrado na tabela abaixo:
É interessante notar que quanto menor a renda mensal familiar, maior a porcentagem das despesas atreladas ao dólar. A categoria que influencia esse padrão é a alimentação (atrelado ao preço das commodities), que compõem uma porcentagem maior dos gastos mensais das famílias na medida que a renda diminui. De modo geral, é importante que o brasileiro tenha, no mínimo, 20% das suas economias e investimentos em dólar para preservar o seu poder de compra em relação à cotação do dólar.
Se você tem despesas em moeda estrangeira, o percentual ideal de investimentos no exterior pode aumentar, de maneira a garantir que o patrimônio que está sendo construído para o futuro possa fazer frente a essas despesas com maior tranquilidade.
Diante disso, considerando o percentual mínimo de investimento no exterior, confira, a seguir, alguns exemplos de composição de carteiras para cada perfil.
- Conservador: locação global: 95% em renda fixa | 5% em renda variável
- Moderado: Alocação global: 60% em renda fixa | 40% em renda variável
- Arrojado:locação global: 80% de renda variável | 20% em renda fixa
Pontos importantes para investir no exterior
Vale lembrar que esses são apenas exemplos de composição de portfólios para cada perfil de investidor. Além das classes de ativos, é importante também diversificar setores, prazos de vencimento de títulos, dentre outros pontos que podem deixar sua carteira mais equilibrada.
Outro ponto importante é entender que existem algumas diferenças entre ativos no exterior e aqueles que estamos acostumados no Brasil. Um bom exemplo pode ser os produtos de renda fixa que, no Brasil, em razão das taxas de juros mais altas, apresentam, em geral, maior rentabilidade nominal que os do exterior.
No entanto, o importante é a rentabilidade real, ou seja, o quanto aquele título teve de rendimento após descontar a inflação e também a variação cambial. Isto porque, os títulos de renda fixa no exterior tem rentabilidade na moeda estrangeira, como por exemplo, o dólar.
Agora, levando todos esses fatores em consideração, você já sabe como calcular o quanto investir no exterior e deixar seu portfólio de investimentos bem diversificado e de acordo com o seu perfil de risco.
Fontes: JP Morgan; Mercer; Valor Econômico; Vanguard; e Money Sense - em 26/05/22.
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