Se você está pensando em fazer investimentos nos Estados Unidos ou em manter uma reserva financeira em dólares numa conta americana, é importante entender o que é FDIC e como ele impacta o seu patrimônio.
Neste artigo, vamos explicar o que é FDIC e tirar todas as suas dúvidas sobre o assunto. Acompanhe a leitura até o final para saber mais!
O que é FDIC?
Para quem quer entender o que é FDIC, primeiramente precisa saber que trata-se de uma sigla para Federal Deposit Insurance Corporation (Corporação Federal Asseguradora de Depósitos, em uma tradução livre), uma agência independente criada pelo governo estadunidense com o objetivo de manter a estabilidade do sistema financeiro nacional e garantir a confiança da sociedade
Essa instituição assegura que depósitos e transferências sejam efetuados, além de supervisionar as instituições financeiras para manter a segurança nas transações e proteger os direitos dos consumidores.
Assim, o FDIC funciona como um tipo de garantia para clientes que possuem valores depositados em bancos que atuam em território norte-americano.
Sua atuação é feita de maneira semelhante ao Fundo Garantidor de Crédito brasileiro, o FGC, que protege os investidores e correntistas no país, mas com a diferença de se tratar de uma agência pública.
Embora seja um evento raro, um banco pode quebrar e ter um seguro para ajudar neste momento é essencial para qualquer investidor. A falência do Silicon Valley Bank (SVB) colocou este órgão em grande evidência nos últimos meses e mesmo que você não tenha ouvido falar nominalmente do FDIC, deve ter escutado sobre as garantias que ele fornece para os clientes do SVB.
Basicamente, o FDIC é uma espécie de seguro das contas bancárias norte-americanas, que protege o saldo dos clientes no caso de falência de uma instituição. Por isso, é importante conhecer o seu funcionamento e saber se o seu banco americano faz parte dessa cobertura.
Funciona de maneira muito semelhante ao FGC (Fundo Garantidor de Crédito), o seguro para brasileiros que investem em determinados títulos de renda fixa, como CDB e poupança.
Agora que você já sabe o que é FDIC, conheça mais sobre a sua história!
História do FDIC e o que levou à sua criação
O FDIC foi criado em 1933, como uma resposta à Grande Depressão, uma das maiores crises econômicas da história dos Estados Unidos. Neste período, o então presidente Franklin D. Roosevelt criou a reforma financeira conhecida como New Deal, e o FDIC foi um dos pilares para a retomada da economia.
Durante a Grande Depressão, milhares de bancos faliram, resultando em perdas enormes para os clientes. Não havia uma garantia federal para os depósitos bancários, então, quando um banco entrava em falência, milhões de pessoas perdiam todas as suas economias.
Com isso, a confiança no sistema bancário caiu drasticamente e a população promoveu uma verdadeira corrida para retirar suas economias antes que seus bancos também falissem.
Para evitar mais corridas generalizadas aos bancos em caso de outra crise, naquela época o FDIC assegurou depósitos bancários até $2,500. Esse limite aumentou várias vezes ao longo dos anos e agora é de US$ 250,000 por depositante.
Qual é a função do FDIC?
Desde sua criação pelo congresso dos EUA nos anos 1930, o FDIC tem como principal função ser um garantidor de depósitos.
Assim, ele atua como um seguro que protege os consumidores em caso de falência do banco, garantindo que o dinheiro que havia sido depositado na instituição possa ser recuperado em sua totalidade, desde que esteja dentro do valor limite estabelecido pela agência.
Por meio de sua atuação como garantidor, o FDIC auxilia na manutenção da solidez do sistema financeiro norte-americano e ajuda a evitar que uma crise bancária possa acontecer no país, promovendo um ambiente mais seguro para o funcionamento do mercado financeiro.
Além de saber o que é FDIC, é importante entender como esse fundo funciona. Confira, a seguir!
Como funciona o FDIC?
O Fundo Garantidor de Depósitos assegura valores de até US$250 mil depositados em contas bancárias americanas. Assim, caso o banco declare falência ou perca o dinheiro dos clientes de forma repentina, a agência devolve a quantia para os consumidores por meio de um cheque ou depósito em nova conta no valor do saldo segurado.
Em outras palavras, mesmo que o seu banco encerre completamente as atividades, a agência se responsabiliza por devolver o dinheiro que estava na sua conta.
Para receber o dinheiro de volta, o cliente precisa entrar em contato com o FDIC pelo site ou pelo telefone 1-877-ASK-FDIC (877-275-3342), por meio do qual é possível receber uma assistência personalizada sem custos adicionais.
O valor de US$250 mil do seguro é válido por cada conta bancária. Ou seja, se um cliente possui mais de uma conta em bancos assegurados pelo FDIC, todas elas estarão cobertas, individualmente, em até US$250 mil. Já no caso de contas conjuntas, com mais de um titular, a cobertura é de US$250 mil por pessoa.
A cobertura da agência se estende para conta corrente, poupanças, certificados de depósito e conta de depósito no mercado monetário. Demais produtos financeiros não estão cobertos pelo fundo garantidor, mas podem contar com seguros próprios, o que deve ser verificado com cada instituição.
É importante lembrar, porém, que o FDIC assegura os clientes somente contra falência da instituição financeira. Problemas como fraudes, clonagens, golpes e similares devem ser resolvidos diretamente com o banco, já que a agência não tem jurisdição sobre roubos de identidade.
FDIC e FGC: semelhanças e diferenças entre os dois sistemas
No Brasil, temos um sistema bem parecido com o FDIC: o FGC.
O FDIC e o FGC (Fundo Garantidor de Crédito) ajudam a manter a estabilidade do sistema financeiro e evitar corridas aos bancos para saques em espécie, evitando um colapso que pode prejudicar e muito a economia dos Estados Unidos e do Brasil, respectivamente.
Além do mesmo objetivo, ambos compartilham outras semelhanças, como o seguro de depósitos. Tanto o FDIC quanto o FGC oferecem seguro para depósitos em instituições financeiras até um limite específico.
No caso do FDIC, o limite é de US$ 250.000 por depositante, por instituição. Para o FGC, o limite é de R$ 1 milhão por CPF ou CNPJ a cada 4 anos ou R$ 250 mil por ano.
E também como semelhante está a função de supervisão e regulamentação das instituições financeiras, garantindo seu pleno funcionamento.
Porém possuem diferenças expressivas. Por exemplo, o FDIC é uma agência governamental dos EUA, enquanto o FGC é uma entidade privada, sem fins lucrativos, formada pelas próprias instituições financeiras do Brasil.
O contexto de criação dos dois sistemas também é diferente. O FGC foi criado em 1995, logo após o Plano Real, que estabilizou a economia brasileira após um longo período de hiperinflação.
A cobertura do seguro também é diferente. O FDIC cobre uma variedade maior de títulos, incluindo contas correntes, contas de poupança, certificados de depósito e contas do mercado monetário.
O FGC do Brasil tem um escopo mais limitado, cobrindo principalmente depósitos à vista, depósitos de poupança, letras de câmbio, letras imobiliárias, letras hipotecárias, letras de crédito imobiliário e letras de crédito do agronegócio.
Apesar de todas as diferenças, ambos compartilham o mesmo objetivo: proteger o sistema financeiro e os clientes dos bancos.
Qual a importância do FDIC?
A partir da criação do FDIC, os clientes de instituições bancárias passaram a ter o seu patrimônio segurado e esse tipo de perda deixou de existir.
Inicialmente, o limite do seguro era de US$2,5 mil, mas o valor foi aumentando ao longo dos anos para se ajustar à inflação. Em 2008, a Lei de Reforma e Defesa do Consumidor estabeleceu a atual quantia de US$250 mil de garantia por categoria de propriedade.
Dessa forma, o FDIC desempenha um papel de extrema importância para a sociedade norte-americana, pois protege os clientes contra a falência dos bancos, gerando mais confiança entre os consumidores.
Não só o cliente obtém de volta o valor que havia depositado, como também pode receber uma conta em funcionamento numa nova instituição bancária, por meio de um processo conduzido, inteiramente, pelo FDIC e sem custos para o consumidor final.
Além de servir como garantidora de depósitos, a agência também supervisiona as operações das mais de cinco mil instituições financeiras do país, de forma a garantir a estabilidade do sistema financeiro e o cumprimento de leis.
Vale lembrar que ter uma conta em dólar não significa que ela é coberta e assegurada pelo FDIC, já que alguns bancos e instituições abrem as contas em paraísos fiscais, como por exemplo, nas Ilhas Cayman. Por isso, é necessário atentar-se onde a sua conta em dólar será sediada.
O FDIC e o mercado financeiro global
Como o Estados Unidos ocupa um papel de destaque no mercado financeiro global, o FDIC tem um papel significativo neste cenário.
A presença do FDIC proporciona segurança e estabilidade aos depósitos bancários nos Estados Unidos, o que torna os Estados Unidos um destino mais atraente para investidores brasileiros que procuram outros lugares seguros para investir seu dinheiro.
Com a garantia do FDIC, investidores sentem-se mais confortáveis investindo em bancos menores ou menos conhecidos, sabendo que seus depósitos estão seguros até o limite do FDIC.
Além disso, um evento como o Silicon Valley Bank acontece de forma rara, e mesmo com o ocorrido, seus clientes ficaram seguros com o FDIC. E essa segurança é essencial para quem investe nos Estados Unidos, mesmo por instituições brasileiras.
Exemplos de ação do FDIC em casos de falência
Para demonstrar ainda mais sobre a segurança do FDIC, separamos três casos de como o seguro entrou em ação em relação à falência de bancos e seu funcionamento na prática.
1. Bank of New England (1991)
O Bank of New England, com sede em Boston, enfrentou problemas financeiros e entrou em falência em 1991. Isso teve um impacto significativo na economia local, pois muitas pessoas e empresas tinham depósitos e contas bancárias nesse banco.
O FDIC interveio para proteger os depositantes. Eles transferiram as contas para outros bancos e garantiram que os depositantes tivessem acesso aos seus depósitos dentro do limite segurado pelo FDIC.
Essa foi uma das maiores operações de resgate do FDIC na história pois envolveu uma grande quantidade de depósitos e uma falência significativa. No seu auge, o Bank of New England era o 18º maior banco dos Estados Unidos, com mais de 470 filiais.
O FDIC atuou rapidamente para proteger seus clientes, minimizar o impacto na economia local e manter a estabilidade do sistema financeiro.
2. Washington Mutual
Outro exemplo é do banco Washington Mutual, que foi um dos maiores bancos de poupança e empréstimo dos Estados Unidos e que entrou em colapso em 2008. Sua falência teve um impacto significativo no sistema financeiro.
O FDIC transferiu imediatamente as contas e os depósitos dos clientes do WaMu para outro banco, o JPMorgan Chase, através de um processo chamado "intervenção assistida".
Essa transferência ocorreu para garantir que os depositantes tivessem acesso aos seus fundos sem interrupção, o que ajudou a preservar a confiança no sistema bancário e minimizou o impacto negativo na economia em geral.
3. IndyMac Bank
Outro símbolo da crise financeira de 2008, o IndyMac Bank foi uma das maiores falências bancárias da história dos Estados Unidos.
O banco, especialista em empréstimos imobiliários, entrou em colapso devido à deterioração do mercado imobiliário e à exposição a hipotecas de alto risco, como as chamadas hipotecas subprime.
A má qualidade dos ativos do banco, incluindo um grande número de empréstimos inadimplentes, contribuiu para sua insolvência. Diante dessa situação, o FDIC assumiu o controle do banco e organizou a venda do IndyMac Bank para um grupo de investidores liderado pela OneWest Bank.
Durante a transição, o FDIC garantiu que os depositantes continuassem a ter acesso aos seus fundos sem interrupção. Os depósitos foram totalmente protegidos até o limite segurado pelo FDIC na época, que era de US$ 100.000 por conta.
Qual a vantagem de contar com a cobertura do FDIC?
Para quem tem uma conta corrente ou poupança nos Estados Unidos, dispor da cobertura do FDIC é uma vantagem bastante relevante. Isso porque a agência governamental é uma instituição sólida e confiável, que protege os correntistas contra a possível falência de um banco.
Assim, brasileiros que pensam em abrir uma conta nos EUA devem buscar por instituições cobertas pelo FDIC, de forma a ter mais tranquilidade ao depositar parte de seu patrimônio financeiro no exterior.
É importante saber que o Fundo Garantidor de Depósitos não implica em custos extras para os correntistas, ou seja, se você abrir uma conta em um banco que tenha a cobertura garantida pelo órgão, não é necessário pagar nenhuma taxa a mais por isso.
O que o FDIC cobre?
Para além de entender o que é FDIC, como ele funciona e a sua importância, conhecer as suas coberturas é fundamental para quem pretende abrir uma conta nos EUA. Por isso, acompanhe o que a agência cobre!
Todas as contas de depósito, incluindo:
- Poupança;
- Conta corrente;
- Certificados de depósito, os CDs (modalidade semelhante ao CDB brasileiro);
- Conta de depósito no mercado monetário (Money Market Deposit Account, a MMDA).
O garantidor não cobre, porém, outros produtos financeiros e serviços que os bancos podem oferecer, como ações, bonds (títulos de renda fixa públicos ou privados), fundos de investimento, annuities (espécie de previdência privada americana), seguros de vida ou outros tipos de seguros.
Caso você esteja em dúvida se essa cobertura se estende ao seu banco, o site do órgão permite que os consumidores façam uma pesquisa sobre quais instituições estão protegidas.
Pronto, agora você já sabe o que é FDIC e da importância desse órgão para garantir a segurança dos investidores e correntistas nos Estados Unidos.
A conta corrente da Nomad é baseada nos EUA e é totalmente coberta pelo FDIC, permitindo aos seus clientes ter mais segurança e tranquilidade na hora de enviar dinheiro para o exterior e fazer transações internacionais.
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