por
Time Nomad
10 min.
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Publicado em
9/4/2025
Como sabemos, o mercado de ações é bastante dinâmico e sofre constantemente com oscilações por diversos motivos. Em tempos de turbulência, existe um mecanismo para proteger o mercado, o chamado circuit breaker, utilizado para evitar mais perdas por parte dos investidores.
Mas em quais momentos ele é acionado e como funciona na prática? É o que vamos explicar neste artigo. Além disso, explicaremos como ele impacta seus investimentos, porque é tão importante para as Bolsas de valores ao redor do mundo e exemplos de quando o circuit breaker foi acionado. Confira!
Imagine um dia em que as ações listadas na Bolsa começam a cair drasticamente, o medo toma conta do mercado e todos querem vender seus ativos ao mesmo tempo, o que pode levar a um colapso. É nesse momento que o circuit breaker entra em ação, interrompendo as negociações e dando aos investidores tempo para se acalmar e tomar decisões mais racionais.
Por isso, o circuit breaker é o mecanismo utilizado para interromper temporariamente as negociações em determinada Bolsa de valores de forma global, sendo uma forma de proteção contra momentos de alta instabilidade.
Ao longo da história, o circuit breaker foi acionado em diversos momentos de crise, como na crise asiática de 1997, na crise financeira de 2008 e, mais recentemente, durante a pandemia de coronavírus em 2020, como iremos explicar mais a frente.
Crises podem acontecer em qualquer momento e o mercado de ações é bastante sensível em relação a isso. Por isso, é fundamental que os investidores estejam preparados para enfrentar períodos de turbulência, diversificando seus investimentos e mantendo uma estratégia sólida de longo prazo.
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Como explicado acima, o circuit breaker é um mecanismo de proteção das Bolsas de valores em momentos de grande instabilidade. Não só protege o mercado financeiro em si, mas também os investidores, que podem agir de forma mais emocional nesses momentos.
Ao evitar quedas abruptas no mercado e a compra e venda de ativos de forma massiva, ele previne um efeito dominó que pode levar a uma crise sistêmica, com consequências negativas para a economia real. Em momentos de grande incerteza, como guerras, crises políticas ou desastres naturais, o circuit breaker garante que o mercado continue funcionando de forma ordenada, mesmo diante dessas adversidades.
Vamos pegar como exemplo o último circuit breaker acionado pela B3, em março de 2020, quando o coronavírus foi classificado como uma pandemia. O pânico se espalhou por mercados mundo afora, com índices de ações caindo entre 30% e 40%. Somente nesse período, em março, a B3 teve seis circuit breakers.
Sem o circuit breaker, as consequências poderiam ter sido muito mais graves, tanto para os investidores quanto para a economia. E esse “freio” foi importante para a estabilidade a médio e longo prazo dos índices da Bolsa, que voltaram aos mesmos patamares de antes.
As regras para o acionamento do circuit breaker variam de acordo com as regras de cada Bolsa de valores. Na B3, a Bolsa brasileira, há três estágios para o seu acionamento:
Importante reforçar que a interrupção não pode ser feita nos minutos finais da sessão de negociações do dia, que vai de 10 da manhã às 17 horas de todos os dias úteis. Mas caso o circuit breaker seja acionado no último pregão do dia, o horário de encerramento é prorrogado.
Além disso, vale destacar que o circuit breaker não impede que o valor das ações caiam, mas ele limita a velocidade da queda, dando tempo para que o mercado assimile as informações e reaja de forma mais equilibrada.
Nas Bolsas americanas, como a NYSE e Nasdaq, as regras são semelhantes, mas com limites de quedas de 7%, 13% e 20% respectivamente. Além disso, o circuit breaker não afeta apenas as ações, mas todos os ativos e derivados negociados em Bolsa, como iremos aprender logo em seguida.
O circuit breaker impacta todos os ativos negociados na bolsa de valores, incluindo ações, opções, contratos futuros, ETFs (Exchange Traded Funds) e outros derivativos.
Afinal, o acionamento do circuit breaker se baseia na queda de um índice amplo do mercado, como o Ibovespa no Brasil ou o S&P 500 nos Estados Unidos, que refletem o desempenho geral do mercado. Portanto, quando o circuit breaker é acionado, todas as negociações na Bolsa são suspensas, independentemente do tipo de ativo.
Isso significa que, durante o período de interrupção, não é possível comprar ou vender qualquer ativo listado na Bolsa. Lembrando que, o circuit breaker não causa a queda no valor dos investimentos, apenas interrompe as negociações por um período determinado. Após a reabertura do mercado, os preços dos ativos podem continuar em queda ou se recuperar, dependendo das condições do mercado.
Além do exemplo de março de 2020 já explicado acima, o circuit breaker já foi acionado diversas vezes pela Bolsa de valores a fim de segurar o impacto de outras crises.
A primeira vez que ocorreu o acionamento desse mecanismo foi em 1997, por conta da crise financeira asiática, que impactou as Bolsas ao redor do mundo. No ano seguinte, em 1998, a crise russa e a desvalorização do real levaram a novos acionamentos do mecanismo.
Em 2008, foi a vez da crise do subprime, resultado do estouro de uma bolha de investimentos em hipotecas nos Estados Unidos, impactar a Bolsa brasileira e provocar a interrupção das negociações. Mais recentemente, em 2017, o circuit breaker foi acionado após a divulgação de áudios envolvendo o então presidente Michel Temer, o que gerou grande instabilidade no mercado.
O circuit breaker também foi acionado em momentos críticos do mercado americano, refletindo crises e eventos de grande impacto. A primeira vez que o mecanismo foi implementado na Bolsa de Nova York (NYSE) foi após o crash de 1987, também conhecido como a "Segunda-Feira Negra", quando o índice Dow Jones despencou mais de 22% em um único dia. Esse evento catalisou a criação de regras mais rígidas para evitar pânico extremo no mercado.
Outro momento marcante foi a crise financeira de 2008, quando o colapso do mercado imobiliário americano e a falência de grandes instituições financeiras causaram uma série de quedas abruptas.
Já em março de 2020, o circuit breaker foi acionado várias vezes em apenas um mês devido ao impacto econômico global da pandemia de COVID-19. As operações foram interrompidas em quatro ocasiões, com quedas superiores a 7%, 13% e até 20%, acionando diferentes níveis de pausa no mercado.
Essas interrupções demonstram a importância do circuit breaker para reduzir oscilações extremas, dando tempo para o mercado absorver as informações e evitar um pânico mais profundo entre investidores.
Agora que você já conhece melhor o circuit breaker e em quais circunstâncias ele pode ocorrer, é hora de entender como agir em caso de um acionamento futuro e proteger seu patrimônio em momentos de instabilidade.
A primeira dica é não entrar em pânico. Como aprendemos aqui, é um mecanismo feito também para a proteção dos investidores. Vender seus ativos de forma impulsiva pode levar a grandes prejuízos, especialmente se o mercado se recuperar após a reabertura das negociações.
Em vez disso, respire fundo e utilize o tempo de interrupção para avaliar as condições do mercado e entender as causas da queda. Leia notícias, análise gráficos e procure entender o que está motivando a volatilidade.
Outro ponto importante é rever sua estratégia de investimentos, mas evite fazer mudanças drásticas no calor do momento. Se você possui uma estratégia de longo prazo, confie nela e não tome decisões precipitadas que possam comprometer seus objetivos. Lembre-se de que o circuit breaker é um mecanismo temporário e que o mercado tende a se reequilibrar com o tempo.
Por fim, aproveite a pausa para buscar informações e caso veja como necessário, procure ajuda de um profissional, como um consultor financeiro. Leia análises de especialistas e procure se informar sobre as perspectivas para o mercado. Tomar decisões informadas e estratégicas é crucial para proteger seus investimentos em momentos de turbulência.
Além disso, aproveite o momento para explorar outras opções, como diversificar e investir na Bolsa de Valores americana. Confira o nosso artigo completo e aprenda como investir no principal mercado de ações do mundo de forma segura e as principais vantagens de adotar essa estratégia.
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