por
Time Nomad
5 min.
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Publicado em
3/1/2025
Você já deve ter ouvido falar sobre o Risco Brasil, especialmente ao acompanhar notícias sobre economia ou investimentos. Mas você sabe realmente o que ele significa e como pode afetar suas aplicações?
Neste artigo, vamos explicar de maneira clara e concisa o que é Risco Brasil, como ele é calculado e, mais importante, como você pode proteger seus investimentos.
O Risco Brasil, também chamado de Risco País, indica o nível de confiança dos investidores estrangeiros na economia brasileira. Em outras palavras, ele reflete a percepção do risco de investir no Brasil.
Imagine que um investidor estrangeiro está decidindo onde aplicar seu dinheiro. Ele vai analisar diversos fatores, como a estabilidade política e econômica do país, as políticas fiscais, o crescimento do PIB, a inflação e as taxas de juros.
Se o investidor perceber que o Brasil apresenta um ambiente de instabilidade ou incertezas, ele pode preferir investir em outros países com economias mais sólidas.
Existem três instrumentos principais utilizados para calcular o Risco Brasil: EMBI+ Br,
Credit Default Swap (CDS) e Rating.
Essa sigla significa Emerging Markets Bond Index Plus (em tradução livre: Índice de Títulos da Dívida de Mercados Emergentes).
Esse índice é usado como referência para economias emergentes, pois revela o spread (ou seja, a diferença de valor) entre os retornos dos títulos de mercados emergentes e títulos livres de risco, como o título emitido pelo tesouro americano. Quanto maior esse spread, entende-se que o risco país também é maior.
Assim, o EMBI+ Br funciona como um indicador do risco de o Brasil não honrar o pagamento de suas dívidas externas, o que se reflete no mercado de ativos.
Diariamente, o EMBI+ Br é calculado pela instituição financeira norte-americana JPMorgan Chase desde 1993, e suas atualizações podem ser acompanhadas pelo site do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O CDS (Credit Default Swap) funciona como uma espécie de seguro contra possíveis calotes nas operações de crédito e pagamento de títulos públicos. Ele protege os investidores contra o default, ou seja, o risco de não receber o pagamento por suas aplicações.
Basicamente, o CDS é um contrato de seguro firmado entre as seguradoras que emitem títulos e os investidores estrangeiros. Quanto maior for o número de contratações do CDS, maior o preço do título e, consequentemente, maior será a percepção de risco de default, o que também gera uma percepção de maior risco-país.
O Rating, por sua vez, é a avaliação dada por uma agência classificadora de riscos, como as renomadas Standard & Poor's (S&P), Fitch Ratings e Moody's. Para avaliar um país, elas se baseiam em uma série de critérios econômicos e políticos, e estabelecem uma nota final..
Quanto melhor o Rating sugerido pelas agências, maior deve ser a capacidade do país em honrar os seus compromissos financeiros, o que leva o Risco País a ficar mais baixo e atrair investidores.
Quando comparado a outros países, o Risco Brasil é semelhante a diversas outras economias emergentes, como Índia e África do Sul, que têm classificações de risco parecidas com o Brasil.
Comparado ao de países desenvolvidos, o Risco Brasil é significativamente maior. Países como Alemanha, Canadá e Estados Unidos têm classificações de crédito AAA ou AA, o que indica um nível muito baixo de risco.
Em relação aos nossos vizinhos da América Latina, o Brasil está em uma posição intermediária, de acordo com o EMBI do JPMorgan Chase divulgado no início de 2023.
Veja a lista de Risco País da América Latina, do maior para o menor:
É importante destacar que a comparação do Risco Brasil com outros países não é apenas uma questão de números, mas também leva em conta fatores qualitativos, como estabilidade política e a força das instituições econômicas.
As agências de classificação de risco, como a Standard & Poor's, Moody's e Fitch Ratings, usam vários critérios para avaliar o risco de crédito de um país. Essas avaliações de risco são usadas por investidores internacionais para determinar a probabilidade de um país não cumprir suas obrigações de dívida.
A estabilidade política de um país é um fator importante na determinação do Risco País. Países que enfrentam incertezas políticas correm o risco de não cumprir suas obrigações de dívida. Por exemplo, uma mudança de governo pode resultar em políticas econômicas diferentes, o que pode impactar a capacidade do país de honrar seus compromissos fiscais.
Também é avaliado o desempenho econômico de um país, incluindo o crescimento do PIB, níveis de emprego, estabilidade do setor bancário e outros indicadores macroeconômicos. Países com economias fortes e em crescimento tendem a ter um Risco País menor, pois têm mais recursos para pagar suas dívidas.
Além disso, as agências observam a quantidade de dívidas que um país tem em relação ao seu PIB. Países com níveis elevados de dívida pública podem ser vistos como mais arriscados.
Inflação e juros altos podem ser um sinal de instabilidade econômica, aumentando o Risco País. As taxas de juros podem afetar a capacidade de um país pagar suas dívidas. No Brasil, o indicador oficial da inflação é o IPCA.
Agora que você entende o Risco Brasil e sua importância, provavelmente se pergunta como proteger seus investimentos em períodos de instabilidade.
A melhor estratégia é diversificar sua carteira, alocando parte do capital em países com economias mais fortes. Isso evita que seus recursos fiquem presos a uma única economia, reduzindo os impactos das oscilações.
Com o aumento do Risco Brasil, o dólar tende a se valorizar em relação ao real, tornando investimentos nessa moeda ainda mais atraentes, mesmo em crises. Uma ótima opção é investir nos EUA ou manter parte do patrimônio no exterior.
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