Quando você já tem certo nível de educação financeira, começa a pensar em aumentar a rentabilidade dos seus investimentos. Nesse momento, surge a renda variável, classe de investimentos que abrange ativos mais voláteis e com alto potencial de ganhos — e de perdas também.
Isso não significa que você precisa se assustar. Na verdade, é necessário considerar vários fatores para tomar a decisão certa. Inclusive, porque os ativos financeiros da renda variável são bastante diversificados.
Por isso, é fundamental entender mais sobre eles para escolher os mais adequados ao seu perfil de investidor. Neste post, vamos explicar melhor sobre esse assunto e explicar o que você precisa saber sobre renda variável. Continue lendo!
O que é renda variável e como funciona?
A renda variável é uma classe de ativos com rentabilidade imprevisível. Portanto, há alta volatilidade, o que significa que os preços mudam várias vezes ao dia. Com isso, o potencial de ganhos é maior do que o da renda fixa, mas a chance de perdas também é mais elevada.
A remuneração dos investimentos depende de uma série de fatores. Por exemplo, as condições atuais do mercado e do emissor dos papéis. Ou seja, não existe garantia nenhuma.
Como consequência, os investimentos dessa classe são mais arriscados. Por isso, existem algumas recomendações antes de começar a investir na renda variável. Entre elas estão as seguintes:
- Tenha uma reserva de emergência para evitar o endividamento em uma situação de imprevisto;
- Eduque-se financeiramente para entender melhor sobre essa classe de ativos e tomar as decisões corretas;
- Comece investindo na renda fixa. Essa é uma boa forma de começar a entender o mercado financeiro;
- Aprenda a investir na bolsa de valores e entenda sobre as diferentes técnicas de análise. Elas ajudarão a tomar as decisões certas.
O que é renda variável exemplos?
Existem diferentes exemplos de ativos na renda variável. O mais conhecido são as ações de empresas. Esses títulos representam uma parte da companhia que os emitiu. Assim, o investidor se torna sócio e pode obter rentabilidade por meio do pagamento de proventos ou da valorização dos papéis.
No entanto, existem outros exemplos. Todos eles se caracterizam por apresentarem alta volatilidade, assim como risco e potencial de rentabilidade elevados. Por isso, é fundamental fazer uma boa análise para saber quais investimentos dessa classe são mais adequados.
Aqui, vale a pena destacar que qualquer investimento pode ser adotado por todos os perfis de investidores. No entanto, quem é conservador ou moderado deve ter um percentual menor de ativos arriscados na carteira. Por isso, tudo é uma questão de estratégia.
Quais os tipos de renda variável?
Existem diferentes tipos de renda variável disponíveis no mercado. Veja quais são os investimentos mais comuns.
Ações
São os mais tradicionais e representam uma parte do capital de uma empresa. Os ganhos para o investidores vêm de duas formas:
- Distribuição de dividendos, isto é, você recebe parte do lucro obtido pela empresa. A divisão entre os acionistas (investidores) é feita de forma proporcional. Conforme a lei, 25% ou mais dos ganhos devem ser voltados para o pagamento de proventos;
- Valorização dos papéis. Nesse caso, você busca comprar na baixa e vender na alta. Ou seja, adquire pelo menor preço possível e comercializa pelo mais alto que conseguir.
A negociação dos papéis pode ser feita em curtíssimo prazo (day trade), curto prazo (swing trade) ou longo prazo. Nas operações de poucas horas, dias ou semanas, você precisa ter uma atenção maior à volatilidade.
Se o foco for o longo prazo, você foca a distribuição de dividendos, que podem se tornar uma renda passiva. Ou seja, o dinheiro passa a trabalhar para você, em vez de ser o contrário.
Um dos motivos das ações serem conhecidas por boa parte das pessoas é o fato de ser um investimento da renda variável para iniciantes. Afinal, essa costuma ser a porta de entrada para esse mercado.
Fundos imobiliários (FIIs)
São fundos de investimentos voltados para papéis do mercado imobiliário. Essa classe de ativos reúne um grande número de investidores e eles adquirem cotas. O capital é gerenciado por um gestor, que toma as decisões de alocação.
Os FIIs podem ser classificados em:
- Fundos de papel: são aqueles cuja alocação é feita em títulos atrelados ao mercado imobiliário. Por exemplo, Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), Letras Hipotecárias (LHs) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs);
- Fundos de tijolo: destinam o dinheiro para a construção ou a compra de imóveis.
Uma vantagem dos fundos de investimentos imobiliários é que eles distribuem dividendos. Muitas vezes, são mensais.
Fundos de índice
Os Exchange Traded Funds (ETFs) são fundos nos quais o gestor busca replicar um índice de mercado. Os mais comuns no Brasil são o Ibovespa e o IBrX. No exterior, o Dow Jones e o S&P 500.
As cotas de ETFs são negociadas no pregão da bolsa de valores. Devido à sua característica de investir em diferentes tipos de papéis, a vantagem é a diversificação. Além disso, as taxas de administração tendem a ser mais baixas do que outros tipos de fundos.
Opções
Os contratos de opções são acordos que garantem o direito de comprar ou vender uma ação em uma data e um preço predeterminados. Por isso, é uma alternativa indicada para quem já tem mais experiência e conhecimento.
Muitos investidores usam as opções como hedge, ou seja, proteção do capital. No entanto, também é possível fazer a arbitragem e ganhar com a alta e a queda dos preços ao longo do tempo.
Vale a pena destacar que as operações de arbitragem representam a compra e a venda de um ativo em mercados diferentes. O propósito é ter um lucro rápido a partir da mudança dos preços.
Câmbio
Nesse caso, o investimento é direcionado para diferentes moedas, o que permite diversificar a carteira e proteger o patrimônio. No entanto, existem várias formas de investir em câmbio.
Uma delas é optar pelos fundos cambiais. Eles têm 80% ou mais do seu patrimônio alocado em ativos vinculados a moedas estrangeiras.
Outra opção são os contratos ou minicontratos futuros de dólar. Eles são negociados na bolsa de valores e são acordos de compra ou venda de uma moeda em uma data futura por preço predeterminado.
Por fim, existem os Certificados de Operações Estruturadas (COEs) baseados em moedas estrangeiras. Esse investimento é bastante flexível e diversificado, mas pode focar esse tipo de ativo.
Contratos futuros
São contratos de compra ou venda de ativos também por um preço fechado em data futura. Podem estar relacionados a commodities (café, milho, boi gordo, soja etc.) e a indicadores, como S&P 500 e Ibovespa.
Essa é uma alternativa bastante utilizada para quem deseja saber como investir em commodities, inclusive. Isso porque os contratos são padronizados para que todos os investidores negociam nas mesmas condições.
Apesar disso, existem ajustes diários. Ou seja, é feita a apuração de lucros e prejuízos por posição comprada ou vendida. Assim, quem adquiriu um contrato e teve perdas precisa fazer um depósito para compensar. O contrário também é válido.
Fundos de investimento
São um produto financeiro que podem investir em diferentes ativos da renda variável. Além dos ETFs e dos FIIs, outro fundo de investimento bastante comum é o de ações. Ele é caracterizado por ter dois terços ou mais do patrimônio aplicados nos títulos emitidos por empresas ou outros ativos relacionados ao setor. Por exemplo:
- Recibos de subscrição;
- Brazilian Depositary Receipts (BDRs);
- Cotas de outros fundos de ações.
Ainda existem os fundos multimercado, cujo capital é investido em diferentes tipos de ativos, inclusive da renda variável. Nesse caso, a estratégia precisa ser verificada para atender ao seu perfil de investidor, mas ela pode ser bastante sofisticada.
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Criptomoedas
As moedas virtuais são uma categoria nova de ativos financeiros, mas a negociação é feita por meio de corretoras especializadas. Isso porque as criptomoedas não são regulamentadas pelo Banco Central.
Ainda assim, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) permite a aplicação indireta dos fundos via cotas de outros fundos ou de derivativos no exterior. A única exigência para esse último caso é que haja regulamentação no país escolhido.
Qual o melhor investimento em renda variável?
O melhor tipo de renda variável é aquele que se ajusta ao seu perfil de investidor. Por isso, é necessário conhecer esse fator e os riscos implicados nessa classe de investimentos.
Quanto ao perfil de investidor, existem 3 principais categorias. Elas são:
- Conservador: é a pessoa que tem pouca tolerância a perdas. Por isso, é indicado optar por investimentos de baixo risco. Por exemplo, aqueles que fazem parte da renda fixa;
- Moderado: é o investidor que tenta equilibrar potencial de retorno e riscos. Por isso, ele aceita ter uma chance de perdas maior, desde que o seu possível ganho também seja mais alto — lembrando que não existem certezas;
- Arrojado: é quem prioriza a rentabilidade, sem se preocupar muito com os riscos. Por isso, busca ganhar o máximo possível.
De modo geral, a renda variável é mais indicada para quem tem perfil arrojado. No entanto, um investidor conservador e moderado também pode contar com investimentos dessa classe, desde que adote a estratégia certa.
Ou seja, quem é conservador deve manter cerca de 80% da sua carteira em ativos da renda fixa. Os moderados podem equilibrar mais, tendo até 50% do portfólio na renda variável.
Por sua vez, existem os riscos. Ao saber o que é renda variável, você entende que pode ter perdas. Porém, como elas acontecem? A resposta está na desvalorização dos preços, que ocorre devido à alta volatilidade.
Assim, se você for resgatar o dinheiro e o preço dos ativos estiver menor do que na compra, você obtém prejuízo. Em alguns casos, chega a ser possível perder todo o principal. Em outras palavras, todo o capital alocado nessa modalidade de investimentos vai a zero.
Esse é o motivo pelo qual é recomendado ter uma reserva de emergência e manter os investimentos da renda variável com foco no longo prazo. Dessa forma, é possível compensar possíveis perdas com o passar do tempo.
Quais são as vantagens de investir na renda variável?
A principal vantagem de investir na renda variável está relacionada ao potencial de rentabilidade. A chance de um retorno muito maior do que o da renda fixa existe e precisa ser considerada. Isso acontece quando o mercado é favorável.
Ainda há a diversificação. Dentro dessa categoria de investimentos, existe uma grande variedade de ativos, como vimos no post. Portanto, você pode escolher vários produtos e segmentos que ajudam a construir uma carteira mais bem estruturada.
Por exemplo, você pode ter ações de uma empresa que apresenta um risco mais alto, porque o potencial de rentabilidade também é. No entanto, pode investir em outras mais seguras, como é o caso da Petrobras.
Outra possibilidade é diversificar tendo ações do setor de energia, que costumam pagar bons dividendos. Assim, você consegue uma boa renda passiva.
E as desvantagens?
A desvantagem da renda variável é o risco elevado. Isso acontece devido à volatilidade. Por esse motivo, é necessário saber lidar com a instabilidade do mercado. Dessa forma, é fundamental ter disciplina e tranquilidade para evitar tomar decisões erradas.
Além disso, é recomendado efetivar um bom gerenciamento de riscos. Ele muda conforme o seu perfil de investidor. No entanto, a ideia é ter uma estratégia bem montada para evitar as ameaças desnecessárias.
Com todas essas informações, você sabe o que é renda variável e como investir nessa modalidade. Ainda há mais a conhecer. Afinal, esse é um mercado amplo e cheio de detalhes. No entanto, esse é um bom começo para pensar em aplicar seu dinheiro.
Além disso, esses conhecimentos permitem entender a renda variável em mercados estrangeiros. Essa é uma boa ideia para começar a investir no exterior e ganhar em uma moeda mais forte, como o dólar ou o euro.E você, já se sente preparado para entrar no segmento da renda variável? Saiba como investir em dólar e confira dicas para diversificar sua carteira.
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