Qual o custo de vida na Argentina em 2024? Preço de aluguel, alimentação e mais

Por:
Nomad
11/10/2024
|
Atualizado em
11/10/2024
15 min de leitura

Muitos brasileiros já moram ou pretendem morar na nossa vizinha Argentina. Então, o que uma pessoa que pretende morar fora do Brasil precisa saber sobre o custo de vida na Argentina? Qual o salário necessário para que esse sonho se torne possível? E quais custos estão envolvidos nessa empreitada?

Neste artigo, a Nomad sana todas as suas dúvidas! Continue lendo para entender um pouco mais sobre a vida na Argentina e como contornar alguns custos do dia a dia se for morar no país.

Salário na Argentina: quanto se ganha no país

Os valores mais atualizados do salário mínimo argentino (até o momento de redação deste conteúdo) é de 202.800 pesos argentinos (julho de 2024). Este valor era de 180.000 pesos em março.

Lembrando que, ao longo deste artigo, vamos falar em pesos argentinos ou ARS (sigla para representar pesos argentinos).

Salário mínimo argentino diante do custo de vida 

O valor do salário mínimo na Argentina muda constantemente, porque o cálculo é feito a partir do índice de inflação do país, que tem sido bem alto com certa recorrência. Como isso afeta o poder de compra da população, os salários são revistos algumas vezes por ano para acompanhar essa variação de preços.

Por exemplo, nessa última revisão, que chegou em 202.800 ARS, o aumento se deu porque a inflação argentina chegou a quase 300%. Dessa forma, com o aumento de salário, espera-se que a população vá recuperando um pouco o poder de compra.

Assim como acontece em tantos outros países, o salário mínimo exige um tanto de estratégia para que renda até o próximo pagamento. É pouco provável que uma pessoa que recebe salário mínimo na Argentina tenha condições de morar sozinha e bancar uma casa por conta própria, por exemplo.

Mas, é claro, tudo depende do estilo de vida e das decisões de consumo de cada pessoa.

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Salário médio na Argentina

Na Argentina, o valor que cada pessoa ganha por mês depende, principalmente, da área de atuação profissional e do nível de senioridade. 

Esse valor também pode ser afetado pelo local onde se trabalha: isso se deve ao fato de que um salário pago em Buenos Aires é provavelmente maior que o pago em cidades do interior, já que o custo de vida fora da capital é menor.

Atualmente, o salário médio dos argentinos atinge o valor de 706.426 pesos argentinos, com aumento de quase 18% desde fevereiro deste ano.

Como dissemos, esse valor varia de acordo com cargos e níveis de hierarquia, como em qualquer outra cidade do mundo. Por exemplo, trabalhadores em começo de carreira, ainda em nível júnior, ganham em média 491 mil ARS.

Pessoas com cargos mais sêniores recebem um salário em torno de 735 mil ARS, enquanto quem tem posição de liderança tem um salário que atinge por volta de 942 mil ARS.

De qualquer maneira, o aumento acumulado no primeiro trimestre de 2024 no salário médio argentino atingiu 45,75% — mesmo sendo um percentual acima do mesmo período de 2023, ainda não supre a inflação acumulada do ano.

O custo do aluguel na Argentina

Assim como acontece em outras cidades do mundo, o custo de vida quando se mora na capital é bem maior quando comparado ao custo de morar em cidades no interior do país. Essa máxima não é exceção na Argentina.

A capital argentina, Buenos Aires, tem fama mundial graças aos shows de tango, o incrível churrasco, vinhos e um charme que remete até as cidades da Europa. Claro que isso se reflete no valor do aluguel: um quarto e sala em Buenos Aires custa em média 220 mil pesos por mês.

Já um apartamento de 80 metros quadrados pode custar acima dos 650 mil ARS, ou até mais. Esse valor ainda tende a subir, quando analisamos bairros como Colegiales, Recoleta e Palermo. Os bairros mais em conta em Buenos Aires para se viver, e baixar um pouco o custo de vida na Argentina, são San Telmo, Montserrat, Nuñez e Almagro.

A boa notícia é que se engana quem pensa que a beleza urbana da Argentina está apenas em Buenos Aires. Cidades como Salta, Córdoba e Mendoza são belíssimas e custam menos que a capital argentina.

Moral da história: se você pensa em morar fora do Brasil e se preocupa com o custo de vida na Argentina, escolher uma cidade mais afastada da capital pode ser uma opção interessante. Isso pode fazer sua renda valer mais sem que signifique abrir mão de qualidade de vida.

Leitura recomendada: Confira qual o custo de vida na Austrália e planeje sua viagem ou mudança.

Cidades mais baratas para morar na Argentina

Existem algumas opções de locais para quem quer um custo de vida menor e mais acessível para morar na Argentina.

Córdoba

Lar da prestigiada Universidade Nacional de Córdoba – a mais antiga do país e uma das mais importantes da América Latina. Apesar da atmosfera vibrante devido à presença de estudantes desta e de outras universidades, Córdoba também oferece muita cultura e história aos seus moradores devido à sua colonização espanhola.

O aluguel de um apartamento de 80 metros quadrados em área nobre de Córdoba fica um pouco acima de 400 mil ARS. O valor cai quase pela metade em regiões menos nobres.

Rosário

A terceira maior cidade da Argentina, Rosário, também é uma excelente opção. Com uma cena cultural rica e preços mais baixos, pode ser uma escolha econômica e agradável.

O aluguel de um apartamento de 80 metros quadrados em área nobre de Rosário custa cerca de 500 mil ARS, e cerca de 300 mil ARS em regiões menos nobres.

Mendoza

Para quem é fã de vinhos e paisagens montanhosas, Mendoza pode ser um destino atraente. A cidade oferece um ambiente descontraído e, somado a isso, o local oferece uma atmosfera de tranquilidade para seus moradores.

O aluguel de um apartamento de 80 metros quadrados em área nobre de Mendoza custa cerca de 560 mil ARS, e por volta dos 360 mil ARS em regiões menos nobres.

La Plata

Próxima a Buenos Aires, La Plata é conhecida por ser uma cidade estudantil, o que pode contribuir para preços mais amigáveis. Em termos de aluguel, é uma das opções mais em conta.

O aluguel de um apartamento de 80 metros quadrados em área nobre de La Plata custa cerca de 400 mil ARS, e por volta dos 300 mil ARS em regiões menos nobres.

O custo da alimentação na Argentina

Embora a ideia de aproveitar uma refeição completa em um restaurante argentino seja muito tentadora, o peso no bolso pode acabar durando mais tempo do que o prazer de degustar essa refeição.Considere uma refeição completa (com entrada, prato principal e sobremesa), para duas pessoas, em um restaurante de porte médio em Buenos Aires: o valor dessa conta fica cerca de 40.700 ARS – algo próximo de R$ 250.

Outras refeições mais corriqueiras são mais baratas, logicamente. Por exemplo, uma empanada custa em torno de 500 pesos argentinos, um prato simples de almoço fica por cerca de 5 mil ARS.

Como gastar menos com comida e compras na Argentina

Com os custos mais elevados, quem quer economizar para conseguir viver na Argentina pode evitar refeições frequentes fora de casa. Diante dessa perspectiva, quanto é necessário separar para compras no supermercado?

Assim como outros fatores listados acima, o valor de uma compra mensal de supermercado pode variar dependendo da cidade e dos seus hábitos alimentares. 

Mas, em média, uma pessoa que vive sozinha e trabalha fora de casa pode gastar cerca de 10 mil ARS por semana em mantimentos básicos – nesse valor, já estão inclusos itens como alimentos frescos, enlatados, produtos de higiene e itens básicos de limpeza.

Seguem alguns valores para sanar sua curiosidade:

  • Carne vermelha: 6 mil ARS o quilo
  • Frango: 2 mil ARS o quilo
  • Maçã: 1,4 mil ARS o quilo
  • Laranja tipo mexerica: 800 ARS o quilo
  • Refrigerante: 2,2 mil ARS o litro
  • Pão de forma: 3 mil ARS o pacote
  • Pasta de dente: 3,7 mil ARS a unidade

Custo de vida na Argentina: o preço da saúde

O atendimento de saúde na Argentina funciona a partir de 3 sistemas diferentes: são eles o público, privado e as chamadas obras sociais.

O atendimento de saúde pública da Argentina é de boa qualidade, mas eventualmente sofre com a alta demanda de pacientes e exames.

O sistema privado funciona como os planos de saúde que conhecemos no Brasil: o pagamento é feito a partir do atendimento prestado ou de mensalidades fixas que permitem o uso dos serviços de saúde. Desde o ano passado, os planos privados subiram cerca de 40%.

As obras sociais são uma mistura desses dois sistemas e é custeada a partir de impostos cobrados na Argentina, e também pelos usuários que usam o sistema.

Mesmo sendo estrangeiro, uma pessoa pode usar o serviço de saúde pública da Argentina; basta ter o passaporte em mãos.

Custo de vida na Argentina: uma visão geral

Para conseguir calcular o custo de vida na Argentina, é preciso levar em conta a cidade de residência, o bairro ou distrito de moradia e decisões envolvendo usos de meio de transporte, escolhas gastronômicas, tipo de atividade de lazer. Vamos considerar uma pessoa com gastos moderados para fins ilustrativos.

A pergunta é: quanto preciso ganhar para viver na Argentina?

Uma pessoa jovem em Buenos Aires, morando sozinha, ganhando mais do que um salário mínimo e alugando um apartamento de 1 quarto fora do centro da cidade precisaria de uma renda média de cerca de 500 mil ARS.

Custo de vida na Argentina e países vizinhos

A título de comparação, como o custo de vida na Argentina se compara com o que se tem em países próximos?

Um levantamento feito pela consultoria Mercer e comentado pela Bloomberg Linea comparou todas as cidades Latam e do Caribe. Nesse estudo, Buenos Aires está na 77ª posição de capital com maior custo de vida. Está bem à frente de São Paulo, que tem a 124ª posição.

Nassau, nas Bahamas, e San José, na Costa Rica, são as cidades mais caras da América Latina e do Caribe

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Viver com conforto na Argentina depende de várias escolhas relacionadas ao seu estilo de vida.

De forma geral, uma pessoa sem filhos e que escolha morar mais afastada do centro da cidade, ou mesmo fora da capital, terá melhores condições de usufruir dos salários mínimo ou médio pago no país.

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