por
Time Nomad
5 min.
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Publicado em
30/12/2024
Encontrar uma ação que possa multiplicar seu valor algumas vezes: esse é o objetivo do growth investing. Apesar de não ser muito difundida entre os investidores de varejo, a estratégia é adotada por grandes personalidades no mercado financeiro.
Growth investing, ou, em tradução livre, investimento em crescimento, é uma estratégia de investimento focada, especialmente, em aumentar de forma exponencial o capital de um investidor.
Os growth investors, como são conhecidos os adeptos dessa estratégia, normalmente investem em ações de crescimento, também conhecidas como growth stocks. Isto é, aportam empresas jovens ou pequenas com grande potencial de crescimento, cujos lucros devem aumentar a uma taxa acima da média em comparação com seu setor ou com o mercado, de modo geral.
Essa estratégia atrai muitos investidores, pois as ações dessas empresas podem oferecer retornos expressivos, desde que sejam bem-sucedidas. No entanto, como essas empresas ainda não foram testadas ao longo do tempo, geralmente representam um risco maior comparado às empresas já estabelecidas.
Como funciona o growth investing?
Os investidores que utilizam a estratégia growth investing procuram investimentos em indústrias em rápida expansão (ou mesmo mercados inteiros). Isto é: procuram oportunidades onde novas tecnologias e serviços estejam sendo desenvolvidos.
O objetivo é lucrar através da valorização do capital, ao invés de receber dividendos.
Na verdade, a maioria das empresas de ações de crescimento reinvestem seus ganhos no negócio, ao invés de pagar dividendos a seus acionistas.
Essas empresas de crescimento podem ser pequenas, jovens e com excelente potencial. Elas podem, ainda, ser empresas que acabaram de fazer o seu IPO (Initial Public Offering), passando a ter ações negociadas em Bolsa.
A ideia central da estratégia é que a empresa prospere e cresça, aumentando receitas, lucros e número de clientes. Consequentemente, isso acaba se traduzindo na valorização substancial do preço das ações no futuro.
Na estratégia de growth investing, o foco está no potencial de crescimento de uma empresa ou mercado. Diferente, por exemplo, da estratégia value investing, que busca empresas negociadas abaixo do seu valor justo.
Não existe uma fórmula absoluta para avaliar esse potencial, uma vez que essa avaliação requer um grau de interpretação do potencial de crescimento do negócio. Geralmente, essa avaliação é baseada em fatores objetivos e subjetivos, além de certa experiência no mercado em questão.
Em geral, os investidores que utilizam essa estratégia consideram cinco premissas:
A ideia básica é que, se a empresa apresentou um bom crescimento no passado recente, é mais provável que continue fazendo no futuro. Em geral, o crescimento mínimo do lucro por ação (Earnings per Share - EPS) depende do tamanho da empresa.
A previsão de ganhos futuros é uma declaração pública oficial da expectativa de lucratividade de uma empresa por um período específico; normalmente um trimestre ou um ano.
Esses anúncios são feitos em datas específicas durante a temporada de resultados e são precedidos por estimativas de resultados emitidas por analistas de ações.
São nessas estimativas em que os growth investors prestam muita atenção enquanto tentam determinar quais empresas provavelmente crescerão a taxas acima da média em comparação com o setor.
Essa é uma métrica importante a ser considerada, porque uma empresa pode ter um crescimento fantástico nas vendas sem que isso tenha repercussão nos lucros; o que pode indicar que a administração não está controlando corretamente os custos.
Em geral, se uma empresa exceder sua média anterior de cinco anos de margem de lucro antes dos impostos, bem como as margens médias de seu setor, ela pode ser uma boa candidata ao crescimento.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de uma empresa mede o quanto de retorno ela gera com o dinheiro investido pelos acionistas. É calculado dividindo o lucro líquido pelo patrimônio líquido.
Uma boa regra é comparar o ROE atual de uma empresa com o ROE médio de cinco anos da empresa e do setor. Um ROE estável ou crescente indica que a administração está fazendo um bom trabalho, gerando retornos dos investimentos dos acionistas e operando o negócio com eficiência.
Em geral, se o preço de uma ação não pode dobrar de forma realista em cinco anos, provavelmente não é boa candidata a uma ação de crescimento. Vale lembrar que para dobrar de valor em cinco anos, a taxa de crescimento anual deve ser de 15% – algo que certamente é viável para empresas jovens em setores em rápida expansão.
A diferença entre growth investing e value investing é que a primeira foca em ações com alto potencial de crescimento, enquanto a segunda faz a análise fundamentalista para encontrar uma divergência entre o preço atual e o valor intrínseco.
Para ficar mais claro, é preciso entender os dois conceitos. O value investing é uma estratégia que busca encontrar ações de empresas consolidadas, mas que estão subprecificadas. Ou seja, o investidor faz uma análise fundamentalista para descobrir o preço justo.
Em seguida, é verificado o valor cobrado pelo ativo. Existindo uma divergência, significa que é uma boa ideia adquirir o ativo.
Por que isso acontece? Geralmente, porque os preços aplicados no mercado não indicam o potencial de retorno futuro da companhia de acordo com a avaliação realizada pelo analista. Portanto, existe a possibilidade de pagar menos por uma ação que vale mais, na realidade. Essa é a proposta do value investing.
Já o growth investing foca o preço correto dos ativos. O ponto principal é escolher uma empresa com alto potencial de crescimento, cujo valor das ações pode aumentar muito em curto, médio ou longo prazo.
Isso deixa claro que o objetivo é diferente. Uma busca empresas sólidas e a outra busca empresas em expansão. Isso reflete nos ganhos, porque as companhias consolidadas pagam dividendos maiores.
Já as menores repassam menos proventos. Tudo isso deve ser levado em consideração ao tomar sua decisão entre growth investing e value investing.
Um dos nomes mais famosos entre os growth investors é Peter Lynch, gestor do lendário Fundo Magellan da Fidelity Investments. Ele foi pioneiro em um modelo híbrido de crescimento e investimento em valor, que agora é comumente referido como estratégia de “crescimento a um preço razoável” (Growth at a Reasonable Price – GARP).
Por último e não menos importante, temos ainda Thomas Rowe Price Jr., conhecido como o pai dessa estratégia de investimentos. Em 1950, ele criou o T. Rowe Price Growth Stock Fund, o primeiro fundo mútuo a ser oferecido por sua empresa de consultoria, a T. Rowe Price Associates. Este fundo teve um crescimento médio de 15% ao ano durante 22 anos.
Invista de acordo com o seu perfil de investidor
Agora que você sabe o que são growth stocks e o que o growth investing significa, está na hora de investir de acordo com o seu perfil de investidor. Esse processo depende do teste de suitability, que determina se você é conservador, moderado ou arrojado.
Qualquer que seja o resultado, essa pode ser uma estratégia para levar à diversificação de investimentos. Inclusive, é uma ótima opção para quem tem perfil arrojado ou quer alocar parte do seu capital em um ativo mais arriscado.
Isso vale, inclusive, para as ações de investimento no exterior. Nesse caso, existem mais oportunidades e todas elas podem ser aproveitadas por meio de uma conta global, com acesso à conta-investimento, como a da Nomad.
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