por
Time Nomad
10 min.
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Publicado em
24/4/2025
O mercado financeiro oferece diversas oportunidades para empresas em busca de expansão, e entre elas está o IPO (Initial Public Offering), o momento em que uma companhia decide abrir seu capital na Bolsa de Valores.
Esse marco representa não apenas uma transformação na estrutura empresarial, mas também abre portas para a captação de recursos significativos que impulsionam novos investimentos, expansão e consolidação de mercado.
Nesse artigo, descubra como funciona um IPO, quando investir em empresas em fase de abertura de capital e os cuidados ao escolher esse investimento.
IPO, sigla para Initial Public Offering (Oferta Pública Inicial em português), é o processo pelo qual uma empresa privada passa a ofertar suas ações ao público pela primeira vez, se tornando uma companhia de capital aberto com ações negociadas na bolsa de valores.
O processo de abertura de capital envolve diversas etapas, incluindo planejamento, auditorias financeiras, elaboração do prospecto (documento com informações detalhadas sobre a empresa), roadshow (apresentações para potenciais investidores), bookbuilding (formação do preço das ações) e finalmente a estreia na bolsa. Com isso, a empresa se torna uma companhia de capital aberto.
A principal diferença entre uma empresa de capital fechado e uma de capital aberto está na estrutura de propriedade e na transparência. Enquanto a empresa fechada pertence a um grupo limitado de sócios, a de capital aberto conta com diversos acionistas e precisa divulgar regularmente informações financeiras e operacionais, seguindo regras de governança corporativa estabelecidas pelos órgãos reguladores.
Assim, ao abrir capital, a empresa deve ter um sistema de compliance e governança muito bem estabelecido para se manter listada na bolsa.
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O processo de IPO é complexo e pode demorar de seis meses a um ano para ser concluído, passando por várias etapas estruturadas.
Inicialmente, a empresa realiza um planejamento detalhado e contrata auditorias para avaliar sua viabilidade financeira. Também é necessário criar o departamento de Relações com Investidores (RI), responsável por reunir e organizar toda a documentação contábil e financeira.
A empresa então organiza roadshows, isto é, apresentações para investidores potenciais, onde evidencia seus pontos fortes e perspectivas futuras. A próxima etapa envolve o registro e listagem na Comissão de Valores Mobiliários (CVM no Brasil ou SEC nos EUA) e na bolsa de valores escolhida.
A empresa prepara um prospecto detalhado contendo seu histórico operacional, situação financeira, estrutura administrativa e planos de investimento. Em seguida, acontece o bookbuilding, processo de coleta de informações sobre a demanda por ações com investidores institucionais, o que ajuda a determinar o preço final da oferta. Por fim, após todas as aprovações regulatórias, ocorre o lançamento oficial das ações no mercado.
A subscrição e alocação de ações é um processo detalhado que começa durante o período de reserva, quando investidores expressam seu interesse em participar do IPO. Nessa fase, bancos, corretoras e outros intermediários financeiros coletam os pedidos de reserva de seus clientes, indicando a quantidade de ações desejada e, em alguns casos, o preço máximo que estão dispostos a pagar.
Existem dois tipos principais de ofertas: primárias, onde novas ações são emitidas gerando capital para a empresa, e secundárias, nas quais acionistas existentes vendem parte de suas participações. Após a coleta dos pedidos, ocorre o processo de bookbuilding, quando o coordenador equilibra oferta e demanda para determinar o preço final das ações.
Em casos de alta demanda, pode haver rateio entre os investidores, com cada um recebendo uma proporção menor do que solicitou inicialmente. É importante destacar que, durante esse processo, investidores institucionais (como fundos de investimento) geralmente têm prioridade sobre investidores de varejo, devido ao volume de capital que podem aportar.
Os bancos de investimento desempenham um papel fundamental no processo de IPO, atuando como coordenadores e subscritores da oferta. Esses intermediários financeiros são responsáveis por organizar a documentação necessária, determinar a faixa de preço das ações, estruturar a oferta e garantir a venda dos papéis.
Uma equipe é envolvida no processo e precisa ser diversificada, com advogados especializados em direito societário, contadores, consultores e especialistas em reestruturação societária. Os bancos também são responsáveis pelo underwriting (garantia de subscrição), assumindo o compromisso de comprar as ações caso a demanda no mercado seja insuficiente, o que reduz o risco para a empresa emissora.
Além disso, esses intermediários auxiliam no processo regulatório com os órgãos competentes (CVM no Brasil e SEC nos EUA), e fornecem suporte durante todo o roadshow para atrair potenciais investidores.
Embora o IPO seja um processo complexo, ele oferece às empresas vários benefícios, como acesso a capital para financiar expansões, aquisições ou pagamento de dívidas, além de aumentar a visibilidade da marca e proporcionar liquidez aos acionistas fundadores.
As empresas também podem se beneficiar de vantagens fiscais, já que a tributação para companhias de capital aberto no Brasil pode ser significativamente menor que para as empresas de capital fechado. Contudo, abrir o capital também apresenta desafios significativos.
O processo é custoso, podendo chegar a 6% do valor da oferta, e expõe a empresa à volatilidade do mercado e pressão por resultados trimestrais. Há uma perda de confidencialidade dos negócios, já que informações financeiras e operacionais se tornam públicas, e os fundadores podem perder parte do controle decisório sobre a empresa. Por isso, ao optar pelo IPO, é essencial pesar os prós e os contras dessa decisão.
Como destacamos, um IPO oferece diversos benefícios. As empresas optam pelo IPO (Oferta Pública Inicial) principalmente para captar recursos financeiros substanciais, permitindo expansões, desenvolvimento de novos produtos, pagamento de dívidas ou aquisições estratégicas sem a necessidade de recorrer a empréstimos bancários, que trazem juros e prazos fixos.
Abrir o capital também proporciona maior liquidez aos fundadores e investidores iniciais, que podem converter parte de suas participações em dinheiro, além de aumentar significativamente a visibilidade da marca e a credibilidade institucional, atraindo novos clientes, parceiros e talentos.
Se você deseja se tornar acionista de uma empresa, o IPO é um bom caminho. Para investir em IPOs (Ofertas Públicas Iniciais), o primeiro passo é abrir uma conta em uma corretora de valores que participe da distribuição dessas ofertas. As corretoras ou fintechs são responsáveis pela intermediação do processo, permitindo que você reserve ações durante o período de subscrição.
Após escolher a corretora ou fintech, é fundamental acompanhar os anúncios de empresas que estão abrindo capital, consultando sites da CVM, B3, SEC ou plataformas especializadas. Ao identificar uma oferta de interesse, você deve analisar com cuidado o prospecto da empresa, documento que contém informações sobre sua situação financeira, riscos do negócio e planos futuros.
Durante o período de reserva, você indica quanto deseja investir e o preço máximo que está disposto a pagar por ação. Após essa fase, ocorre o bookbuilding, processo que define o preço final das ações com base na demanda. Se sua oferta for aceita, você precisa ter os recursos disponíveis para efetuar o pagamento conforme instruções da corretora.
No entanto, é essencial estar ciente dos riscos de investir em empresas que estão iniciando agora sua trajetória de capital aberto, como alta volatilidade nos primeiros dias e a dificuldade de avaliar negócios sem histórico de mercado. Por isso, é recomendável alocar apenas uma parte do capital em IPOs e diversificar seus investimentos.
Para quem deseja expandir e investir em empresas do exterior com potencial de crescimento, o mercado de IPOs nos Estados Unidos tem uma ampla gama de possibilidades. Ele é considerado o mais maduro e líquido do mundo, representando quase 59% do volume total de capitalização do mercado global.
Empresas de diversos países buscam abrir capital na NYSE ou NASDAQ devido ao amplo acesso a investidores dedicados a setores específicos, menor diluição e maior liquidez. O processo americano é altamente estruturado, e permite levantar volumes expressivos de capital, como demonstram os números: só no primeiro semestre de um ano recente foram movimentados US$ 20,7 bilhões na NYSE e US$ 8,7 bilhões na NASDAQ.
A Securities and Exchange Commission (SEC) é a agência reguladora que supervisiona rigorosamente o processo de IPO nos EUA. As empresas precisam encaminhar documentação detalhada para aprovação, incluindo o prospecto com histórico operacional dos últimos três anos, planos de negócio, riscos e destinação dos recursos captados.
A legislação americana é considerada mais rígida que a brasileira, exigindo maior transparência e padrões elevados de governança corporativa, fatores que contribuem para o crescimento do PIB americano através da captação de recursos para as companhias.
Antes de investir em IPOs, alguns cuidados são essenciais, como realizar uma análise aprofundada da empresa e do setor em que atua, verificando seus fundamentos, histórico operacional e perspectivas de crescimento.
Observe atentamente o motivo pelo qual a empresa está abrindo capital. Se for para pagar dívidas, por exemplo, pode ser um sinal de alerta. Caso seja para expansão de negócios promissores, isso pode indicar boas oportunidades.
Nunca concentre seus recursos apenas em IPOs, por mais atrativos que pareçam. A diversificação é essencial, pois mesmo empresas com ótimas perspectivas podem enfrentar dificuldades após a abertura de capital.
É essencial diversificar com outros tipos de ações, inclusive de empresas consolidadas, para equilibrar o risco e retorno da sua carteira. Descubra mais sobre ações, como investir e os principais tipos.
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