Entenda tudo sobre o Drex: o Real em versão digital

Por:
Nomad
22/11/2024
|
Atualizado em
29/2/2024
15 min de leitura

Talvez você já tenha ouvido falar no Real Digital, ou melhor, no Drex. A versão virtual da moeda brasileira já foi anunciada e está sendo criada pelo Banco Central (Bacen), mas ainda causa dúvidas. Muita gente, por exemplo, pensa que é uma criptomoeda. Tecnicamente ela está longe disso principalmente por ser centralizada. Isso significa que, por ser desenvolvida por um governo — no caso, brasileiro —, não pode ser classificada dessa forma.

Qualquer que seja o caso, o fato é que vale a pena saber o que é Drex, porque isso vai afetar a sua vida. Esse é o motivo pelo qual criamos este post. Que tal saber mais?

O que é Drex?

O Drex é uma versão digital da moeda brasileira, o Real. Ela poderá ser usada da mesma forma que o dinheiro físico, com a diferença de que ficará armazenada em um sistema virtual. Portanto, é uma substituição às cédulas físicas, mas segue as mesmas regras, fundamentos e políticas econômicas definidas pelo Bacen para o modelo tradicional.

Na prática, é possível fazer transferências, pagamentos e outros tipos de transações financeiras. Por esse mesmo motivo, ela valerá somente no Brasil, mas sua cotação em relação a outras moedas será igual a do Real tradicional.

O objetivo do Drex é facilitar as trocas de dinheiro. O ponto-chave é que, como ele é virtual, ficará armazenado em uma carteira digital, ou seja, em sistemas virtuais.

Ele não é um dos tipos de criptomoedas, portanto. Para se enquadrar nessa categoria, é preciso ser descentralizado, não ter intermediação bancária e garantir o anonimato do usuário.

No Drex, será exatamente o oposto. As operações serão centralizadas no Bacen, as informações serão transparentes e será preciso usar a carteira digital de instituições financeiras. A única semelhança é a tecnologia utilizada, que veremos adiante.

A tecnologia por trás do Real Digital

Para entender o que é Drex, é necessário conhecer a tecnologia por trás do Real Digital: o blockchain. Basicamente, essa é uma cadeia de blocos que funciona como um banco de dados avançado. Ele compartilha as informações de maneira transparente dentro dessa rede, garantindo que todos os detalhes fiquem devidamente armazenados.

Essa tecnologia também pode ser usada para evitar alterações em pagamentos, contas, pedidos e outros tipos de operações. Inclusive, é possível fazer mais do que transações financeiras. O blockchain pode ser usado para armazenar contratos e outros tipos de documentos, por exemplo.

Essas características são utilizadas nas moedas digitais em geral, como Ethereum e Bitcoin. Se você quer investir em criptomoedas, precisa entender como funciona essa tecnologia.

No caso do Real Digital, esses aspectos também estão presentes. A diferença é que ela é uma moeda digital oficial, isto é, a Central Bank Digital Currency (CBDC). Isso faz com que ela não se enquadre como criptomoeda, já que é centralizada.

De toda forma, o Bacen vai passar a emitir dinheiro tanto em espécie quanto de forma virtual. O funcionamento, porém, será igual.

Dois detalhes importantes são a segurança e a transparência das operações. O Banco Central garante que haverá proteção aos dados e à privacidade dos usuários, sendo que será aplicada uma camada extra de defesa para as informações.

A ideia é implementar os mesmos níveis de segurança e privacidade já disponíveis em outras operações do sistema bancário e de pagamentos. Isso fará com que o acesso deva ser feito por um depósito bancário tokenizado, isto é, tem um token que representa a custódia de um ativo. As transações serão bastante confiáveis, portanto.

Drex vs. Pix: entenda a diferença

A diferença entre Drex e Pix é a funcionalidade. O primeiro é o Real Digital, isto é, uma versão virtual da moeda brasileira, que representa o dinheiro físico. O segundo é uma plataforma de transferências e pagamentos instantâneos, que permite quitar contas e compras, assim como enviar dinheiro para outras pessoas.

Pela descrição, fica claro que existem algumas semelhanças. É o caso dos pagamentos, por exemplo. Você pode chegar em uma loja e realizar a transferência para quitar o valor devido.

A diferença para o Drex é que você fará esse pagamento de forma direta, como se fosse com o dinheiro físico. Bastará acessar a carteira digital e o valor será descontado da sua conta, de forma parecida ao que acontece com o débito.

Essas características fazem com que Drex e Pix sejam complementares, não excludentes. Ambos são maneiras de facilitar as operações, mas o Real Digital não permitirá fazer transferências.

Como utilizar o Drex?

Você pode utilizar o Drex como uma representação virtual do Real, a moeda física brasileira. Será possível trocá-lo por dinheiro em espécie e vice-versa, sendo que seu acesso dependerá de uma carteira virtual da sua instituição financeira. Isso também influencia o tipo de operação que poderá ser realizada.

Devido à tecnologia utilizada, algumas operações diferentes poderão ser executadas, mas isso depende da oferta do banco. Um exemplo é fazer a compra de um veículo entre duas pessoas com a adoção de um contrato inteligente para definir o que deve ser feito primeiro.

Na prática, será possível fazer todas as operações já existentes, como empréstimos, investimentos e seguros. Inclusive, você poderá adquirir títulos públicos, sendo que ainda serão acrescentadas outras ofertas.

Quanto ao dinheiro em si, o processo de conversão das cédulas em versão digital será feito de maneira automática. Com o depósito no banco, é realizada a tokenização, que significa a transformação de um ativo físico (notas) em digital. Esse valor ficará salvo na carteira digital e poderá ser usado normalmente.

Custos e serviços associados ao Drex

Os custos de uso do Drex tendem a ser mais baixos e deverão ser embutidos. Ainda não foram definidos valores específicos, porque isso deverá ser feito pela própria instituição financeira. Em relação aos serviços, a tendência é que eles aumentem. Ou seja, será possível fazer empréstimos, investimentos, seguros, etc., e ainda deverão ser acrescentadas outras possibilidades.

O principal, de toda forma, é a democratização do acesso aos serviços financeiros, como já aconteceu com o Pix, mas de maneira diferente. Essa é uma proposta interessante, pois permite que os cidadãos brasileiros tenham a possibilidade de realizar diferentes operações com o máximo de segurança e privacidade.

Aos poucos, também deverá haver uma mudança de cultura, já que o dinheiro físico em circulação deverá começar a ficar escasso. Como consequência, todos precisarão saber o que é Drex, porque esse conhecimento será fundamental para a sua vida financeira.

Vale lembrar que as operações de câmbio também deverão ser feitas com o Drex. Você já usa o Pix para fazer envio de dinheiro ao exterior e, depois da implantação do Real Digital, poderá comprar moedas por meio desse modelo.

É uma forma, portanto, de facilitar muito a sua vida. Agora, é só esperar o Drex começar a funcionar e ver tudo o que ele poderá oferecer. E com essa mudança, você tem dúvidas sobre suas economias? Veja se é melhor guardar dinheiro em dólar ou em real e dicas de como começar

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