Radar Semanal Dólar: Mercado melhora com sinais de trégua entre EUA e China

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por

Bruno Shahini

Paula Zogbi

5 min

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Publicado em

28/4/2025

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A semana foi marcada por forte volatilidade externa e ajustes domésticos. A aversão inicial ao risco deu lugar a uma recuperação dos ativos globais, impulsionada por sinais de moderação nas tensões comerciais entre EUA e China e pela defesa da independência do Federal Reserve. No Brasil, a expectativa de alta da Selic e o diferencial de juros frente aos EUA continuaram sustentando o real, que voltou a operar em torno de R$ 5,70.

Apesar das incertezas geopolíticas persistirem, o ambiente de maior apetite por risco favoreceu moedas emergentes, com destaque para o desempenho do real, impulsionado também pelo compromisso do Banco Central com a convergência da inflação.

25/04 — Real se mantém firme com diferencial de juros e alívio externo

O mercado de câmbio operou em intervalos estreitos, refletindo estabilidade em meio a forças opostas. No exterior, o dólar se valorizou frente às principais divisas globais, impulsionado pelas expectativas em torno das negociações comerciais entre EUA e China. Entretanto, especulações e narrativas desalinhadas entre autoridades dos dois países limitaram o avanço da moeda americana.

No Brasil, a divulgação do IPCA-15 mostrou leve desaceleração, mas a expectativa de manutenção de uma política monetária restritiva pelo Banco Central, com possível alta da Selic entre 0,25% e 0,50% em maio, sustentou o real. A perspectiva de manutenção das taxas de juros pelo Fed reforçou o diferencial positivo de juros, favorecendo operações de carry trade e apoiando a moeda brasileira, que voltou a ser negociada próxima a R$ 5,70.

24/04 — Busca global por risco impulsiona real e bolsa brasileira

O pregão refletiu um movimento generalizado de busca por risco, com avanço do real e da bolsa brasileira. A melhora no humor global veio após declarações conciliatórias de Donald Trump sobre as tarifas comerciais e a independência do Fed. A percepção de uma retórica menos agressiva impulsionou ativos de risco, enquanto nos EUA, ações de tecnologia lideraram o rali antes da temporada de resultados corporativos, incluindo Alphabet e Intel.

23/04 — Real lidera ganhos entre emergentes com cenário externo mais benigno

O real seguiu impulsionado pelo alívio no ambiente externo. O presidente Trump afastou rumores sobre uma possível demissão de Jerome Powell e sinalizou abertura para reduzir tarifas sobre a China, estimulando o apetite por risco. Apesar de uma parcial recuperação do dólar, com a alta dos Treasuries de 2 anos e a queda do petróleo pressionando moedas emergentes, o real foi destaque positivo entre seus pares latino-americanos, apoiado pela alta taxa de juros doméstica e pelo compromisso do Banco Central brasileiro com a convergência da inflação para a meta.

22/04 — Recuperação de ativos de risco favorece moedas emergentes


Os mercados globais tentaram se recuperar após recentes quedas, com especulações sobre possíveis acordos comerciais de curto prazo envolvendo Japão e Índia e sinais de desescalada nas tensões EUA-China. Essa melhora no sentimento levou à estabilização das taxas de juros americanas e favoreceu moedas emergentes, incluindo o real. Internamente, declarações do presidente do Banco Central reforçando o compromisso com uma política monetária restritiva também sustentaram a moeda brasileira.

21/04 — Aversão global ao risco pesa sobre emergentes em meio a incertezas políticas

O início da semana foi marcado por forte aversão ao risco. As preocupações com a independência do Federal Reserve, após críticas de Donald Trump e rumores sobre a possível demissão de Jerome Powell, aumentaram a volatilidade nos EUA. O dólar se enfraqueceu frente a moedas fortes, enquanto o ouro atingiu novo recorde acima de US$ 3.400 por onça. Apesar do feriado no Brasil proteger parcialmente o mercado local, a pressão sobre moedas emergentes se intensificou devido à aversão ao risco e à queda nas commodities.

Bruno Shahini

Com 9 anos de experiência no mercado financeiro, atuou na Votorantim Asset e no Banco Daycoval, é economista formado no Insper e possui as certificações CFP® (Certified Financial Planner) e CGA (Gestão de Carteiras ANBIMA)

Paula Zogbi

Gerente de Research e Head de conteúdo na Nomad, tem mais de 10 anos de experiência no mercado financeiro, foi head de conteúdo na XP, analista na Rico e jornalista na InfoMoney e EXAME. É graduada em jornalismo pela USP e tem certificação CNPI pela Apimec.

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